Muito se comenta que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já está "morto politicamente", um "pato manco", e assim deve permanecer até o fim do seu mandato. Consideram que é interesse dos esquerdistas, do lulo-petismo, e seus satélites, fazê-lo "sangrar" até o final do mandato. Não é uma boa o "impeachment" agora, porque senão assume o vice Hamilton Mourão (PRTB), um personagem que pode se tornar uma “pedra no sapato” em 2022.
Muitos consideram que, para Mourão, não será difícil fazer um governo melhor, mais cordato, de união nacional, o que poderia lançá-lo como opção para 2022.
Não que ele tivesse muita chance. Lembremos de outro vice, Michel Temer, pensado em 2018, mas logo descartado, pela fragilidade eleitoral nas pesquisas.
Por outro lado, há de considerar que o general possui um "folha corrida" muito melhor do que Temer, é muito capacitado, além de um histórico ilibado, como dizem. Não tem casos de corrupção na sua ficha corrida, na sua história de vida. A checar.
Seria então, a segunda chance do eleitorado mais conservador em emplacar um bom candidato, muito melhor do que o primeiro, aliás, com a envergadura suficiente para tocar a agenda de reformas e de mais liberal, proposta por Paulo Guedes.
Por isso, as articulações do lulo-petismo já descartando o "impeachment".
E é IMPRESSIONANTE como esta CPI da Covid se movimenta neste sentido. Não pelo presidente Omar Aziz, na minha opinião, em conduta correta, mas sim, pelo relator Renan Calheiros, nem disfarçando sua "sanha" para desestabilizar o governo Bolsonaro. Chega a ser irritante sua conduta parcial.
Além do mais, é perceptível que se não a bomba da Covaxin, talvez esta CPI já teria "morrido" de inanição. Mesmo havendo, sim, "acusações" contra o presidente pela sua conduta incompetente no trato da pandemia, podem NÃO haver elementos suficientes para afastá-lo do poder.
Na quinta-feira (dia 23), tivemos uma sessão, ou oitiva, de dois militantes de esquerda, dois médicos que, embora, muitas vezes, corretos nos seus diagnósticos, não conseguiram disfarçar sua militância, nem passar muita confiança, pelo seu aberto posicionamento político.
Na sexta-feira, outra oitiva, desta vez com os irmãos Miranda, o que caiu como uma bomba no colo do governo.
Para isso, foi decisiva a citação de deputado Ricardo Barros nas articulações para a vacina superfaturada Covaxin indiana. Como o Centrão é nocivo para a governabilidade do País! Pelas declarações de Luis Miranda, parece que RICARDO BARROS foi pego.
E o presidente? Por que não fez nada? Por que ficou em silêncio? Por que esperou o caso se perder no tempo?
O que falará agora, a partir da "comprovação" de que o deputado paranaense articulou sim o esquema do sobrepreço da vacina indiana?
O problema, e eu já venho comentando muito neste espaço, é que o presidente é pessimamente assessorado, é ruim também em "comunicação"; não sabe conversar com a sociedade como um todo, apenas com os seus militantes mais ferrenhos.
Não sabe dialogar com a “prensa”, é sempre muito mercurial e isso acaba "pesando contra" até nas boas ações dos seus ministros. E são inúmeras.
O ministro Tarcísio Freitas é um expoente deste protagonismo, num belo trabalho na área de infraestrutura, abrindo estradas, construindo pontes, terminando obras, abandonadas nos mandatos anteriores. O mesmo se pode dizer de Paulo Guedes, da Economia, avançando na medida do possível.
O problema é que seus avanços acabam sempre impactados pelas “intervenções desastradas” do presidente. A reforma da Previdência era promissora e podia ter avançado muito mais sobre os servidores públicos, mas a postura vacilante do presidente "empacou" esta reforma quando chegou nos militares e nos servidores públicos.
Um dos “nós” da reforma, dado o excesso de penduricalhos a estas categorias, poucos avanços foram possíveis.
Nesta semana foi anunciada mais uma reforma, a tributária. Fatiada, aos poucos, o que vemos é o esforço do governo em achar como e onde "taxar" mais, como criar fontes de arrecadação.
Acabou indo direto no mercado financeiro, acabando com a contribuição do JCP, criando a taxação sobre dividendos, a partir de R$ 240 mil ao ano, e em diversos fundos de investimento, todos definidos em 15%. Um deles, os fundos imobiliários, no passado, isentos.
Não dá para dizer que seja uma reforma tributária.
Mais parece um esforço de arranjar como arrecadar mais e "cobrir" os excessos de gastos em auxílios emergenciais e na compra de vacinas e outros insumos.
Vamos conversando.