Fala, Investidor, tudo bem!?
Mais esperada que muito filme de Hollywood, a reunião do Copom desta semana promete movimentar o mercado, mesmo que não haja nenhuma alteração da taxa de juros. Atualmente, com a Taxa Selic em um patamar historicamente alto, na casa dos 13,75% ao ano, o Banco Central muito provavelmente deverá manter a taxa inalterada, mas a comunicação emitida durante a reunião será a grande fonte das atenções, pois a mesma trará um indicativo do caminho que será seguido nos próximos meses.
O cenário macroeconômico global é desafiador.
Nos últimos meses, a inflação tem apresentado uma queda consistente, explicada em grande parte pelo movimento feito pelo BC na recente onda de alta da taxa Selic. Isto tem levado muitos a se questionar se este ciclo de alta está perto do fim e quando teremos o esperado ciclo de baixa, que pode beneficiar os investimentos de maior risco, e com potencial de beneficiar o aquecimento de nossa economia.
No entanto, em um possível cenário catastrófico, se a inflação global persistir, e o movimento de alta na taxa de juros dos Estados Unidos, que atualmente já está historicamente alta (entre 4,75% e 5% ao ano) continuar em curso, aqui no Brasil, podemos continuar com taxas altas, por um período maior do que o já previsto pelo mercado.
Uma taxa de juros alta, aumenta diretamente o custo de capital das empresas, impactando fortemente o lucro, principalmente das empresas mais alavancadas, ao mesmo tempo em que o consumo é comprimido pela falta de confiança do consumidor, e seu e interesse em optar por oportunidades de investimentos ao invés de consumo.
Outra força contrária a nossa economia é o fato do endividamento das famílias brasileiras, que também tem forte correlação com a Selic, ou seja, quanto maior esta taxa, mais endividadas as famílias ficam.
Consumo em baixa, inadimplência alta, taxas de juros altas, demissões em massa, recessão. Este é o caminho a ser trilhado por uma economia que não consegue controlar sua inflação e concomitante sua taxa de básica de juros, vide nossos hermanos Argentinos, que a poucos dias, tiveram sua taxa básica de juros elevada pelo seu Banco Central a 91% ao ano, patamar tristemente oneroso para a população, que sofre ao ter seu poder aquisitivo depredado.
Todo este cenário apenas reforça a importância de um BC independente, e escancara que políticas fiscais irresponsáveis, são, evidentemente, extremamente prejudiciais à população. A recente audiência do Presidente do BC Roberto Campos Neto ao CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Brasileiro), é comprova que é fundamental que a comunicação do BC seja clara e coerente. Somente assim, é possível garantir a transparência e governança nas tomadas de decisão, sem possibilidade de mudança de opinião sem novas evidências ou dados que justifiquem os movimentos, sem nenhum viés ou influência política.
Em resumo ,a independência do Banco Central é crucial para a segurança do poder aquisitivo da população, e a comunicação consistente é o caminho para uma governança sólida. Com a economia brasileira em constante evolução, é fundamental também que o governo segure as pontas, e o fiscal do país feche as contas, sem aumentar ainda mais a carga tributária, para o mercado não precificar a Selic em patamares ainda mais altos.
A próxima reunião do Copom será nos dias 2 e 3 de Maio, e pelo que parece, será como um grande espetáculo de luz, câmera e Copom (ou ação, a depender de alguma alteração da Selic).
Banco Central independente e em paralelo com uma comunicação eficiente, transparente e consistente, são peças fundamentais para garantir a segurança e estabilidade econômica do país.
Agora, resta aguardar os próximos capítulos desta história.
Um abraço e bons investimentos.