Durante a semana, chamou atenção a quantidade de pessoas que se posicionaram de um lado ou de outro na política. Não há dúvidas de que os ânimos estão elevados e que estamos em um momento chave para o país. Contudo, a ideia deste artigo não é defender político A ou B, mas, sim, lançar luz ao debate sobre a economia e, claro, os investimentos.
Feito este disclaimer, tenho acompanhado alguns economistas e muitos dizem que o Brasil está em uma posição bastante vantajosa dado o cenário global atual. Segundo essas pessoas, a política monetária mais dura promovida pelo Banco Central ajudou a conter a inflação e, dado o cenário favorável às commodities, isso ajudou o país a chegar em uma situação mais confortável em relação a seus pares.
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Hoje, por exemplo, na América Latina, com uma ou duas exceções, somos o principal player e concentramos boa parte das riquezas do continente, com a maior população, estimada em mais de 200 milhões de pessoas.
Porém, para que o Brasil continue em uma trajetória de crescimento interessante serão necessários alguns ajustes na economia. Alguns gestores falam da necessidade de um aperto fiscal da ordem de 1% a 2% do PIB em 2023, não importa quem for eleito.
Caso esta correção de rota não seja feita, podemos ver o dólar passar de R$7 e uma crise bastante séria se instaurar. Como nenhum político quer governar com esse tipo de problema, algo que pode ser fatal como vimos em 2016, podemos esperar uma reforma já nos primeiros dias de governo. É esperar para ver.
Obviamente, o cenário descrito acima afeta diretamente a bolsa de valores e os ativos domésticos. Porém, diversas projeções mostram que, seja lá qual for o chefe do executivo, a bolsa está barata e deve subir passadas as incertezas causadas pela política.
Alguns analistas dizem que o Ibovespa hoje negocia a um múltiplo de seis a sete vezes o preço sobre o lucro, o que seria 11 x abaixo da média histórica.
O que mudaria, segundo os especialistas, seria o nível no qual o mercado conseguiria chegar. Por ter um viés de mais gastos, há uma tendência de que o governo Lula use mais o caixa da Petrobras (BVMF:PETR4) para a construção de refinarias e o mesmo valeria para outras estatais.
Com isso, acreditam alguns, o índice pode atingir a marca de 130 mil pontos.
Do outro lado, com um direcionamento pró-privatização, existe a expectativa de que, feitos os ajustes, o mercado passe da marca dos 150 ou até 160 mil pontos. É esperar para ver.
Por fim, os cenários descritos acima, ainda que diferentes entre si por natureza, nos ajudam a enxergar um panorama mais claro da situação do país. E, mais do que isso, nos fazem acreditar que independentemente de quem for eleito, ainda teremos um Brasil para cuidar e negócios a serem feitos. Pense nisso!