Após registrar alta de 1,45% em dezembro de 2019, o custo de produção do leite, representado pelos desembolsos do produtor, termina o ano com elevação de 2,65% na “média Brasil”, que considera os estados de BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP. Os principais componentes que contribuíram para a alta nos custos foram mão de obra, com aumento de 4,44%, adubos e corretivos (2,66%), concentrado (1,46%) e suplementação mineral (1,45%).
A valorização do dólar frente ao Real foi um dos destaques em 2019. Por um lado, teve papel principal, influenciando diretamente na elevação dos preços de fertilizantes e suplementos minerais, que têm matérias-primas com formação de preço baseada na moeda norte-americana. Por outro lado, foi coadjuvante, elevando a competitividade do milho brasileiro no cenário externo. Com isso, houve aumentos expressivos nas exportações, favorecendo o aumento das cotações do cereal no mercado interno.
Em resumo, o ano de 2019 pode ser dividido em dois momentos bem distintos. No primeiro semestre, o produtor se viu em um cenário de recuperação de margens, com altas consecutivas no valor recebido pelo leite e estabilidade no preço da saca de milho. Já o segundo semestre foi marcado pela retração no fluxo de caixa das propriedades, uma vez que a receita foi penalizada pela queda no preço do leite, e os custos aumentaram com a disparada nas cotações do cereal.
Para 2020, as atenções seguem voltadas para o mercado de milho. Com o volume de estoques reduzido no início do ano, a expectativa de aumento do consumo interno e o dólar valorizado frente ao Real, há perspectiva de sustentação nos preços do cereal, o que pode encarecer o principal custo da atividade leiteira, a nutrição animal.