É bom que as pessoas físicas tenham conhecimento disso, para não levar um susto no ano que vem.
A forma como você vai enxergar seu rendimento na renda fixa vai mudar para alguns papéis!
Antes de explicar a mudança, ela ocorrerá em CRIs, CRAs, debêntures e títulos públicos adquiridos pela tesouraria de bancos e corretoras.
O que fica de fora da mudança? Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Imobiliário (LCIs).
Antes de explicar essa mudança, eu já vou te acalmar, e falar o que você mais quer saber:
A nova forma de mostrar a renda fixa de alguns títulos é apenas uma mudança na forma de apresentar a informação e não uma mudança na sua rentabilidade nesse investimento!
Agora vamos entender o que muda:
A rentabilidade de CRIs, CRAs e debêntures será mostrada para os investidores pessoa física com marcação a mercado.
O que é marcação a mercado?
É a atualização do valor do título de renda fixa que você comprou e consequentemente do seu patrimônio investido nele, conforme a taxa que estiver sendo negociada no mercado naquele dia.
Ou seja, o valor que você tem investido nestes títulos de renda fixa, no seu extrato, poderá mudar todos os dias.
Algumas vezes, o valor que você tem hoje no extrato poderá ser menor do que o que tinha ontem, em um titulo de renda fixa, sim!
Mas a rentabilidade que você ganha não muda. O que muda é apenas a forma de mostrar a informação.
Isso já ocorre hoje com os títulos públicos adquiridos por você pelo Tesouro Direto, que já são marcados a mercado.
Entre a data de aplicação e o resgate, o preço do papel varia diariamente de acordo com as condições de mercado e das taxas de juros.
Em geral, se o mercado espera uma alta nos juros, as taxas dos títulos sobem e o valor dos títulos de renda fixa cai.
É por isso que você pode olhar o valor de um tesouro pré-fixado que você comprou e ter menos dinheiro.
Se você investiu em um CRI com retorno contratado de 12% ao ano até o vencimento, mesmo que seu extrato mostre uma queda no valor investido, caso a Selic vá para 20%, se você resgatar o valor aplicado apenas no vencimento vai receber exatamente os 12% ao ano contratados.
A marcação a mercado, mostrará uma queda no patrimônio pois, se você comprou um título que paga 12% ao ano e a Selic subir para 20% (espero que não ocorra isso), seu título que paga 12% ficou menos atrativo, certo?
Neste caso, o preço do título cai, para que, caso você o venda antes do prazo, a pessoa que comprar tenha uma rentabilidade mais condizente com os 20% que receberia em outro investimento.
Mas calma. Se você carregar o título até o vencimento, vai receber exatamente a taxa contratada na hora que comprou este título.
A marcação a mercado, mostra o quanto você vai ganhar se vender o título de renda fixa antes do prazo de vencimento.
O que mudará é que você terá uma informação mais ajustada ao que está acontecendo no mercado, caso decida vender antes do vencimento este titulo.
Esta mudança permitirá que os investidores consigam acompanhar quanto vale o patrimônio que adquiriram se liquidassem tudo na data em que estão olhando o extrato.
Novamente, esta marcação a mercado, mostra o valor que seria resgatado caso você venda os títulos de renda fixa antes do vencimento.
Se você resgatar o valor aplicado apenas no vencimento, receberá exatamente a taxa contratada.
Mesmo com os preços dos ativos atualizados diariamente, se você mantiver os papéis na carteira até o vencimento receberá a taxa de remuneração contratada quando os adquiriu.
Feitas estas explicações, apesar do susto que alguns investidores possam tomar, por não estavam acostumados a olhar um extrato de investimento de renda fixa com um valor menor do que tinham antes, nada mudou na rentabilidade dos títulos, o extrato novo somente mostrará de forma mais transparente o valor atual do seu investimento na data em que você está vendo.
Mais transparência é sempre bom!