O CPI, inflação ao varejo nos EUA ontem apontou um fator relevante que parte dos investidores, ávidos por juros estáveis “fingiram não ver” na elevação do núcleo inflacionário, o qual não demove o ímpeto do Fed de continuar a elevar os juros, ao menos no curto prazo.
Assim como no Brasil, alimentação tem sido um dos pontos mais relevantes na redução do ímpeto inflacionário nos EUA, além de uma descompressão no curto prazo dos custos de energia, mas a realidade é que o dado anual registrou uma descompressão significativa por distorção na base quando comparado a 2022.
No mesmo período do ano passado, o índice cheio sofreu os impactos de energia da invasão russa à Ucrânia, fazendo com que o resultado deste ano registrasse a queda de 6% para 5%.
O núcleo, porém, conta outra história, especialmente ao ultrapassar o índice cheio – a primeira vez desde 2021-, demonstrando que a inflação continua muito elevada e deve demandar mais alguns movimentos do FOMC.
Na ata, a qual trouxe pouca novidade, diversos membros do comitê deixaram claro que tem na crise bancária a “esperança” de redução natural das linhas de crédito, um ‘credit crunch’ e que isso em si se tornaria um aperto monetário indireto no sistema, ajudando a política do Fed se resumir para um fim mais breve.
Ainda assim, é necessário aguardar tais efeitos e principalmente, o mercado de trabalho para garantir que tal cenário recessivo se concretize e o Fed possa voltar a cortar juros em breve, o que para os otimistas seria no fim deste ano e para os realistas, em algum momento no primeiro trimestre de 2024.
Com isso tudo, as atenções se voltam hoje ao PPI, inflação ao atacado nos EUA e em como isso pode influenciar a percepção dos juros na visão do mercado financeiro, afinal, tanto aqui quanto no exterior, os números de atacado têm registrado maior fraqueza, em meio à queda de diversas commodities.
O dólar em nível global continua em sua derrocada, beneficiando moedas de países emergentes como o Brasil e se houver a continuidade de reformas e a aprovação de um arcabouço fiscal decente, não existem impedimentos para a continuidade da valorização do Real frente ao dólar, especialmente sob a taxa de juros atual.
Atenção aos dados já divulgados na Europa e aos pedidos de auxílio desemprego.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa por dados de inflação nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados sem rumo, com os alertas da ata do Fed sobre os riscos de recessão com a crise bancária.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto minério de ferro e paládio.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, com temores de recessão na economia americana.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,68%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,919 / -1,74 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / 0,227%
Dólar / Yen : ¥ 133,25 / 0,083%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / 0,224%
Dólar Fut. (1 m) : 4933,50 / -1,40 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,14 % aa (0,06%)
DI - Janeiro 25: 11,80 % aa (0,27%)
DI - Janeiro 26: 11,60 % aa (0,03%)
DI - Janeiro 27: 11,74 % aa (0,04%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,6364% / 106.890 pontos
Dow Jones: -0,1137% / 33.647 pontos
Nasdaq: -0,8522% / 11.929 pontos
Nikkei: 0,26% / 28.157 pontos
Hang Seng: 0,17% / 20.344 pontos
ASX 200: -0,27% / 7.324 pontos
ABERTURA
DAX: -0,101% / 15687,81 pontos
CAC 40: 0,917% / 7464,80 pontos
FTSE: -0,014% / 7823,74 pontos
Ibov. Fut.: 0,49% / 108936,00 pontos
S&P Fut.: 0,08% / 4122,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,201% / 12979,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,37% / 108,02 ptos
Petróleo WTI: -0,20% / $83,09
Petróleo Brent: -0,31% / $87,06
Ouro: 0,53% / $2.025,40
Minério de Ferro: -1,51% / $116,45
Soja: 0,66% / $1.514,25
Milho: 0,27% / $657,75
Café: 2,31% / $194,50
Açúcar: 0,96% / $24,28