Jackson Hole, para muitos, jogou as esperanças de juros mais modestos no mundo no buraco, especialmente nos EUA, o que não compartilhamos de maneira tão dramática como se impõe no mundo.
Powell foi hawkish na medida certa, demonstrando que a decisão de juros na próxima reunião dependerá necessariamente de como os dados reagirão daqui até a próxima reunião e mais, citou os resultados positivos da inflação até então.
O mercado, no entanto, queria um sinal literalmente dovish, quase de como sinalizando o fim do ciclo e daí, ao alimentar um cenário praticamente impossível, a reação que se observa hoje no mercado não poderia ser diferente.
Ainda assim, as falas de Powell não significam que uma redução do ímpeto da elevação de juros está descartada, muito pelo contrário, pois se a inflação continuar a sinalizar que o pico já ocorreu, não existe motivo para pânico.
Por parte dos BCs, especialmente o europeu, existe ainda um longo caminho a ser trilhado na normalização dos juros e retirada dos estímulos, pois na verdade, o timing para isso já passou e agora, muito daquilo a ser feito custará mais caro do que anteriormente.
O Fed, por exemplo, tem enorme dificuldade em reduzir o seu balanço, dada a elevação de custos dos MBS, por serem atrelados às Treasuries e pela situação ruim do mercado imobiliário americano, com quedas nas vendas e de pedidos de hipotecas.
Neste cenário, a semana reserva importantes indicadores econômicos, em especial do mercado de trabalho, o ponto mais relevante até este momento para rechaçar tanto a percepção de recessão nos EUA, quanto da possibilidade de juros mais contidos.
Chama a atenção o retorno do ADP Employment em nova medida e no geral, a agenda se completa com ISM, dados de atividade e no Brasil, as atenções se voltam ao fiscal e mais um superávit do governo central e primário.
Completando a agenda, o IGP-M em deflação, o PIB positivo do segundo trimestre, o fechamento das inflações do IPC-S e IPC da Fipe, CAGED, produção industrial e mais um superavit de balança comercial, ou seja, uma extensa serie de dados positivos para o Brasil.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, após alerta de Powell sobre taxa de juros.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, após a recuperação em NY animar aos mercados e com o simpósio nos EUA.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao cobre e minério de ferro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, ainda na perspectiva de aumento de demanda e menor oferta.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 7,08%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,064 / -0,89 %
Euro / Dólar : US$ 1,00 / -0,100%
Dólar / Yen : ¥ 138,42 / 0,727%
Libra / Dólar : US$ 1,17 / -0,588%
Dólar Fut. (1 m) : 5067,20 / -1,27 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,69 % aa (-0,31%)
DI - Janeiro 24: 13,08 % aa (-0,91%)
DI - Janeiro 26: 11,80 % aa (-1,05%)
DI - Janeiro 27: 11,78 % aa (-0,93%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,0859% / 112.299 pontos
Dow Jones: -3,0289% / 32.283 pontos
Nasdaq: -3,9366% / 12.142 pontos
Nikkei: -2,66% / 27.879 pontos
Hang Seng: -0,73% / 20.023 pontos
ASX 200: -1,95% / 6.965 pontos
ABERTURA
DAX: -1,421% / 12787,10 pontos
CAC 40: -1,803% / 6161,14 pontos
FTSE: -0,701% / 7427,31 pontos
Ibov. Fut.: -1,04% / 113995,00 pontos
S&P Fut.: -0,94% / 4021,25 pontos
Nasdaq Fut.: -1,137% / 12476,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,05% / 124,54 ptos
Petróleo WTI: 0,64% / $93,66
Petróleo Brent: 0,28% / $101,27
Ouro: -0,88% / $1.726,63
Minério de Ferro: -3,64% / $101,85
Soja: -0,36% / $1.593,75
Milho: 0,30% / $669,00
Café: -0,58% / $242,00