Lá fora, a cautela ainda é grande e o mercado aguarda a próxima alta de juros do Fed. Junto a isso, a diminuição da vantagem do Brasil com relação a diferencial de juros no longo prazo, também está pesando, afinal estamos no final do ciclo de ajustes e eles não. Ontem, o Livro Bege dos EUA, relatório divulgado pelo Fed sobre as condições econômicas do país, indicou que as perspectivas para a atividade econômica ficaram mais pessimistas por conta das crescentes preocupações com o enfraquecimento da demanda. O mercado imobiliário tem sido bastante afetado e os empréstimos bancários também vêm caindo com a alta dos juros. Ou seja, o exterior puxa dólar para cima.
Dados de ontem mostraram que a inflação no Reino Unido voltou a uma máxima em 40 anos de 10,1%.
Na Europa, dados de inflação sugerem mais aperto monetário à frente. O avanço dos preços ao consumidor em setembro foi revisado para baixo a 9,9% na base anual, nível que ainda é recorde.
Ontem, a moeda norte-americana à vista subiu 0,39% fechando o dia vendida a R$ 5,2753 depois de mais cedo chegar a saltar 0,87% e bater os R$ 5,3005. O Banco Central vendeu 1 bilhão de dólares em leilões de venda de moeda conjugados com leilões de compra no mercado interbancário. Porém, a operação não teve grande impacto no mercado à vista, mas a injeção de liquidez pode ajudar a atender a necessidades de financiamento em dólar.
No caso de eventual contração econômica global prolongada, o dólar seria um ativo interessante de se ter em carteira, afinal é considerado um dos mais seguros do mundo.
Internamente, a leitura do mercado é a de que as mais recentes pesquisas de intenção de voto, parte das quais mostrando encurtamento da distância entre Lula e Bolsonaro, contribuem para manter sobre a mesa um cenário de eventual continuidade do governo e mesmo de retomada de pautas como a das privatizações. Foi isso que ontem conteve um pouco a alta do dólar. Além, é claro, da atual Selic a 13,75% que ainda é vantajosa para o carry trade.
Na agenda brasileira, hoje é o dia da reunião mensal do Conselho Monetário Nacional. Nos EUA veremos pedidos por seguro-desemprego, índice da atividade industrial (Fed. Filadélfia) e vendas de casas usadas. Também haverá discursos de membros do Fomc.
Força, Brasil!!! Bons negócios, turma!!!