Quem me conhece sabe que sou fã do setor bancário. É uma das melhores atividades, uma das mais lucrativas do Brasil e esta é a razão para ser a minha preferida quando se trata de investimento no mercado financeiro. E os balanços que estão sendo divulgados mostram que estou certo. Claro, teve uma surpresa negativa, que foi o Bradesco (BVMF:BBDC4), mas vou deixar para falar desta instituição um pouco mais para frente.
Como pudemos ver, Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) e Itaú mostraram resultados excepcionais. Aliás, o Banco do Brasil surpreendeu ao longo do ano inteiro de 2023. Muita gente pessimista com a eleição do novo governo fez projeções ruins para o banco. E o que a gente vê na verdade é um resultado totalmente diferente. Foi a instituição financeira que mais se valorizou no período e o balanço demonstrou realmente que o BB tem motivo para isso. Sem querer entrar em questões políticas, os fundamentos do banco são excepcionais.
O Itaú também merece aplausos. Pois assim como o BB conseguiu passar com tranquilidade por cima das dificuldades econômicas e sentiu menos o aumento da inadimplência. O maior banco privado do país teve lucro líquido de R$ 35,6 em 2023. Curiosamente, o BB também lucrou R$ 35,6 bilhões. Então, Banco do Brasil e Itaú foram realmente os destaques. O Santander (BVMF:SANB11) teve um ROI mais baixo comparado com os dois e o Bradesco sem dúvida nenhuma foi a maior decepção. É o "bancão" que mais vem apanhando. O que estaria acontecendo com esta que já foi a maior instituição privada do Brasil?
Sob o ponto de vista prático, falando efetivamente de percepções do mercado bancário, a gente vê os bancos digitais ganhando cada vez mais força, roubando uma fatia dos bancões. De todos esses bancos também o Bradesco, em comparação principalmente com o Itaú, é o que está num processo um pouco mais demorado de digitalização. O Itaú está sendo mais ágil com isso, está explorando melhor os canais digitais, enquanto o Bradesco se mostra um pouco apático nesse sentido.
Mas a principal preocupação com o Bradesco é o aumento no PDD (Provisão para Devedores Duvidosos). É que a inadimplência no Bradesco é a mais alta de todo o setor. E em se tratando de devedores, Itaú e Banco do Brasil não foram tão impactados pelo efeito Americanas (BVMF:AMER3), no ano que passou. O Bradesco, ao contrário, foi extremamente impactado e refletiu isso tudo no balanço. Seu lucro em 2023 ficou em R$ 16,297 bilhões, 21,2% menor do que em 2022. Mas é importante ponderar que o lucro foi menor, mas ainda assim é um lucro gigante. Além disso, como diz o dito popular “ser engenheiro de obra pronta é fácil”. É preciso olhar o passado e entender o que aconteceu.
Agora, temos de olhar para o futuro. Banco do Brasil e Itaú supervalorizados e Bradesco bem abaixo deles. O desafio que temos pela frente é avaliar, nos valores atuais, qual a melhor aposta do momento. Sendo assim, neste cenário, Itaú e Banco do Brasil são os que estão com os melhores fundamentos. E acredito que vão trazer maior rentabilidade ao longo de 2024. No entanto, vamos imaginar o cenário de um investidor mais jovem, com mais tempo de espera, com um capital um pouco menor, que esteja disposto também a tomar um pouco mais de risco.
Neste caso o Bradesco me agrada. E eu acho que o impacto gerado pelas Americanas já foi absorvido. Os números divulgados no balanço mostram isso. E, de médio a longo prazo, é um banco que, na minha opinião, deve entregar realmente performance de valorização de papel. Por esta razão, eu repito, valorização de médio e longo prazo, eu fico com Bradesco. Mas, rentabilidade de médio e curto prazo, Banco do Brasil e o Itaú estão melhores.
Só para lembrar: ação com preço baixo tem maior potencial de valorização. Este é o Bradesco. Empresas com bons fundamentos e mais lucrativas pagam mais dividendos. Casos de Itaú e BB.
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