Nos últimos meses temos observado uma explosão de IPOs na bolsa brasileira.
Dentre estas empresas que estão ingressando no mercado, boa parte tem o perfil chamado de “tech” pelos analistas de mercado, o que é um termo bastante vago que permite englobar uma série de negócios dos mais diferentes dentro.
Por “tech”, não necessariamente entende-se hoje em dia que são empresas que tem uma tecnologia muito inovadora: guarde bem esta colocação.
As empresas tech que estão vindo para nossa bolsa são em sua maioria aquelas que desenvolvem boa parte dos seus negócios no ambiente online, e aí estão consideradas as empresas que vendem seus produtos online por exemplo, os tais e-commerces.
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A enxurrada de IPOs deste tipo agora não é por acaso, estas empresas ganharam um empurrão extra com a pandemia.
O crescimento do canal online sem dúvida é uma tese estrutural, de mudança de hábitos e que vinha crescendo e sem dúvida ia ganhar cada vez mais participação em nosso cotidiano – eu mesma amo compras online e o canal já era minha preferência a anos.
A pandemia do novo coronavírus transformou uma preferência de meio de compra, no entanto, em primeira opção. O apelo pelo “fique em casa” e distanciamento social, tornou as compras online mais do que uma opção, uma necessidade.
Como ouvi de alguns CEOs de grandes varejistas, a suas próprias expectativas e projeções de crescimento do canal de vendas online foram antecipadas em cerca de 3 anos com o Covid-19.
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Com os resultados de 2020 “pimpados”, com crescimentos de receita perto ou maior que 100% impulsionado pela conjuntura, o momento é perfeito para um IPO e vender suas ações por um peço muito bom.
Além disso, os mercados acionários estão em um momento historicamente positivo, dado a enxurrada de dinheiro que os governos mundiais colocaram para animar as economias em crise, juntando estímulos fiscais e juros reais negativos, empurrando os investidores para o risco.
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Não há nada de errado com isso, que fique claro, é o mercado.
Se você está surfando este fluxo como investidor meu amigo ou amiga, well done!
O mercado é assim mesmo, feito de ciclos, ondas e nada melhor do que pegar uma boa onda…
Mas como todo ciclo, uma hora a coisa reverte, então, preste bem atenção em quais empresas você vai querer permanecer quando esta onda chegar na praia.
Para nossa sorte, o mercado e os ciclos se repetem e país em desenvolvimento que somos, sempre estamos copiando o que já aconteceu antes e temos bons casos para tomar como base.
Na bolha dot.com nos EUA, por exemplo, muitas empresas tech-disruptivas-grandes-promessas-que-valiam-muitos-milhões não sobreviveram e fizeram alguns investidores amargurarem perdas com o estouro da bolha.
Outras, ainda estão aí para contar a história e viraram grandes campeãs, deixando muita gente milionária.
Aliás, é uma das característica destes negócios tech o crescimento acelerando, não só da empresa em que você está dentro, mas também da concorrência, que muitas vezes inovando rápido, toma lugar da rival rapidinho.
Fique esperto nisso, quais as barreiras de entrada tem os negócios em que você vai escolher ficar? Até porque, como eu comecei o texto, ser tech é um conceito amplo na bolsa e tem uma diferença grande na tecnologia de desenvolver um foguete e fazer um e-commerce.