A prévia da inflação de agosto, IPCA-15, apresentou um aumento de 0,28% durante o período, resultando em um acumulado de 3,38% ao longo do ano e 4,24% nos últimos 12 meses. Dentro da cesta de inflação, sete dos nove grupos registraram aumentos de preços, com o grupo de Habitação se destacando, principalmente devido ao aumento nos custos da energia elétrica residencial.
No que diz respeito às altas, os preços no grupo de Habitação subiram significativamente, com um aumento de 1,08%. Esse aumento foi liderado por um considerável acréscimo de 4,59% nos preços da energia elétrica, impulsionado pelo fim da incorporação do Bônus de Itaipu. Além disso, os grupos de Saúde e Cuidados Pessoais apresentaram um aumento de 0,81%, enquanto o grupo de Educação registrou um aumento de 0,71%.
Por outro lado, as quedas de preços foram mais evidentes nos grupos de Alimentação e Bebidas, com uma redução de 0,65%, e Vestuário, com uma leve queda de 0,03%. No caso do grupo de Transportes, o segundo maior na cesta do índice, a taxa de inflação desacelerou de 0,63% para 0,23%, principalmente devido a uma queda significativa de 11,36% nos preços das passagens aéreas.
O que esperar da Selic
O resultado da prévia da inflação de agosto, de modo geral, apresenta desafios para o panorama inflacionário ao longo do ano, especialmente considerando que ainda não foram considerados os ajustes nos preços dos combustíveis anunciados na semana passada.
Sob uma análise mais detalhada, observamos uma piora no índice de difusão, que subiu de 47,96% para 50,95%, refletindo uma maior dispersão nos aumentos de preços. Além disso, a média dos núcleos de inflação acelerou de 0,09% em julho para 0,34%, indicando uma aceleração da tendência inflacionária. Por outro lado, a inflação nos serviços desacelerou de 0,36% para 0,13%, sinalizando um certo alívio nesse segmento.
No que diz respeito às expectativas para a política de juros no país, as perspectivas de um aumento na magnitude do corte da taxa Selic estão perdendo força. No entanto, ainda é possível que se concretize um corte de 0,50 ponto percentual na próxima reunião, o que poderia ser justificado pela diminuição da pressão inflacionária nos setores de serviços e da alimentação, este o maior grupo da cesta de inflação no país.