Um, dois, três e já
Dilema chinês
A China desvalorizou novamente o yuan, ao menor nível desde agosto de 2011.
O que só comprova que manobras de desvalorização do yuan são como baratas: depois de uma, sempre aparece outra.
A China enfrenta um dilema.
Por um lado, Xi Jinping tem que deixar o yuan caminhando junto ao dólar, para atrair recursos externos, evitar intrigas diplomáticas e prevenir a explosão de dívidas denominadas em USD.
Por outro, o país ainda é extremamente dependente de exportações, e vem perdendo rapidamente sua competitividade cambial para vizinhos como Tailândia e Vietnam.
Trindade impossível
Divulgado nesta manhã, o IPCA de novembro veio acima do esperado, acusando inflação salgada de +10,5% ano contra ano.
Para quem ainda tinha dúvidas, isso praticamente decreta um novo ciclo de alta para a Selic.
Declaração de Volpon ontem: "quando se tem uma inflação de 10%, é melhor trabalhar para reduzir esse patamar".
A Inês 10% de 2015 é morta.
Mas seguimos realmente preocupados com 2016.
Vai ser duro aguentar outro ano de (i) recessão, (ii) inflação e (iii) Governo Dilma - a trindade impossível.
Pelo menos uma dessas três coisas vai ter que ceder… e duas delas já estão praticamente definidas.
Unidade nacional
Mas calma lá.
O processo de impeachment nem chegou à metade, e tem gente já querendo nomear os ministérios de Temer.
De qualquer forma, estamos convictos de que serão ministros melhores que os atuais, e isso nos basta.
Temer assumiria o Governo com o benefício da dúvida do investidor comprado em uma call.
Se tudo der errado, ele vira pó e não deve absolutamente nada a Dilma. Do pó viemos e ao pó voltaríamos.
Se algo der certo, já saímos no lucro.
A análise é feita a priori
Esse lance de impeachment pode estar te deixando confuso.
O mercado gosta ou não gosta?
Ontem, parecia que a Carta de Temer era ruim para a Bolsa, só porque a Bolsa caiu.
Mas o Ibovespa sentia, na verdade, a falência internacional das commodities.
Hoje o mercado comemora a vitória da oposição na Câmara, apesar da desvalorização do yuan.
São sempre várias forças atuando ao mesmo tempo.
Nosso desafio é saber filtrar respectivas causas e efeitos, para encontrar a determinante final dessas forças.
Não podemos cair no erro clássico de esperar ver se Bolsa/dólar/juros estão subindo ou caindo e só depois anunciar a causa-efeito.
Esteja preparado
Nossa equipe de research passa as noites de dezembro com os olhos abertos, e os dias também.
Estamos trabalhando a todo vapor, alinhando 100% das análises aos possíveis cenários de impeachment (ou não-impeachment).
Nas palavras do Bruce, responsável pelas Barganhas da Bolsa:
"Queremos que nossos leitores fiéis tenham acesso às oportunidades ANTES que elas se transformem em lucros".
Você deve se preparar desde já para uma eventual troca de Governo que terá efeitos radicais sobre sua vida financeira.