Olá, investidores.
Se você gosta de ações baratas, com visibilidade de resultados, eu quero apresentar uma ótima oportunidade para você.
Para te dar um rápido contexto, as principais características deste papel são:
1) Crescimento de três dígitos;
2) Receita dolarizada;
3) Uma máquina de M&A crescendo organicamente;
4) Gisele Bündchen se tornou acionista, embaixadora e membro do Comitê de Sustentabilidade;
5) Importantíssimo: negocia a 11,5x Ebitda.
Do lixo às passarelas
O crescimento e a vocação ESG (Environmental, Social and Governance ou Ambiental, Social e Governança) da Ambipar (SA:AMBP3) encantou a top model Gisele Bündchen.
A ideia inicial era ter a supermodelo apenas para o desenvolvimento de marca da empresa, afinal, ambas são brasileiras com presença internacional e trabalham pelo meio ambiente.
Mas a Ambipar atiçou o lado investidor da supermodelo.
De olho em uma empresa que cresce, tem visibilidade e negocia a múltiplos atrativos, Gisele viu todo o potencial e, atualmente, além de acionista, tornou-se embaixadora e membro do Comitê de Sustentabilidade da Ambipar.
O foco para investimentos ESG da modelo/investidora é nítido, mas Ambipar é muito mais do que isso.
Além de ESG, Ambipar é uma máquina de M&A com resultados crescentes e ótima visibilidade.
Mas será que lixo dá dinheiro?
Lixo para uns, dinheiro para Ambipar
A companhia nasceu em 1995 vendo o lixo como uma oportunidade. Diferentemente do que muitos imaginam, a Ambipar não opera lixões ou aterros sanitários. Na verdade, a companhia enxergou que o problema de muitas empresas com seus resíduos poderia ser uma grande oportunidade.
A Ambipar viu a oportunidade no lixo por meio da sua divisão Environment, que atua na coleta, gestão, valorização e coprocessamento de resíduos.
Com operação no Brasil, Argentina, Chile, Peru e Uruguai, seus clientes são indústrias e empresas de diversos setores que, por lei, precisam gerir seus resíduos.
Basicamente, a divisão faz a gestão e o tratamento para que os resíduos dos seus clientes sejam reaproveitados ou não cheguem aos aterros sanitários.
Vendo todas as oportunidades do setor, o fundador da Ambipar, Tercio Borlenghi Junior, não ficou parado e viu no negócio de emergências ambientais a possibilidade de internacionalizar a empresa e fundou a divisão Response, em 2008.
A Response atua como um bombeiro ambiental na prevenção de acidentes, treinamentos, atendimento a emergências e desinfecção. A divisão inclusive chegou a trabalhar na tragédia de Brumadinho em 2019.
A divisão tem grande foco no mercado externo e conta com mais de 150 bases, principalmente nos EUA, Canadá e Reino Unido.
A forte atuação da Response no Hemisfério Norte e uma parte da operação do Environment no exterior assegura cerca de 40 por cento da receita da companhia em dólar e ainda reduz sua exposição à economia brasileira.
Com as duas divisões, a Ambipar soube aproveitar as oportunidades de um mercado em plena ascensão.
Uma máquina de M&A
Em um mercado pulverizado com diversos nichos e especializações, a Ambipar entendeu que aquisições seria o melhor caminho para o seu crescimento.
Mas crescer via M&A é muito arriscado, combinar empresas, pessoas, culturas e gestões diferentes é complicadíssimo. Apesar dos riscos, faz todo o sentido a estratégia de M&A, pois assim a empresa aumentou sua escala, sua presença geográfica e seu portfólio de serviços de uma maneira muito mais rápida e eficaz. Para se ter uma ideia, de 2011 a 2020, a Ambipar fez 14 aquisições e impulsionou seus resultados.
Com experiência em M&A, a Ambipar foi para o mercado levantar recursos para acelerar seu ritmo de aquisições.
O IPO foi um sucesso no topo da faixa de preço e, levantando 1,8 bilhão de reais, a Ambipar estreou na bolsa em julho de 2020.
Com 70 por cento dos recursos do IPO voltados para M&A, a empresa acelerou e acumulou 26 aquisições só em 2021.
O crescimento foi impressionante.
Multiplicando os resultados
O forte ritmo de aquisições impulsionou os resultados da Ambipar, mas a empresa soube aproveitar as sinergias das suas adquiridas para crescer organicamente.
De 2018 a 2021, a receita da companhia passou de 385 milhões de reais para 1,9 bilhão de reais, um crescimento médio de +71 por cento ao ano.
Muitos imaginam que o negócio da Ambipar é de margens baixas, pois não faria muito sentido pagar caro para se livrar do lixo, mas a empresa possui margens elevadas.
Com projetos bem específicos e que demandam soluções complexas, a companhia tem contratos de longo prazo com grandes empresas e indústrias, o que reflete em uma margem Ebitda média de cerca de 27 por cento.
O crescimento via M&A dos últimos trimestres não pressionou suas margens; entre 2018 e 2021, a companhia multiplicou seu Ebitda em 5 vezes.
Nos últimos quatro anos, o crescimento foi expressivo. Peter Lynch ficaria orgulhoso.
Mas a Ambipar quer mais. O objetivo da empresa é se tornar uma das maiores empresas do mundo quando o assunto é gestão de resíduos e emergências ambientais.
Uma holding ESG
Com esse foco, a empresa tentou emplacar em 2021 o IPO da sua divisão de Environment. Fazia todo o sentido, o Environment é o negócio com maior potencial da Ambipar, e um IPO levantaria recursos para a divisão continuar seu forte ritmo de aquisições.
Mas o mercado no segundo semestre do ano passado não era favorável, e a Ambipar precisou colocar a oferta em stand by (“espera”, em português).
Sem o IPO, a companhia precisou se alavancar para manter o bom ritmo de aquisições. Em 2021, a empresa emitiu debêntures e encerrou o ano com uma alavancagem de 2,5x Ebitda.
A alavancagem assusta, mas a Ambipar tem uma forte geração de caixa e ainda conta com uma boa perspectiva de crescimento. Além disso, a empresa vem mostrando que sabe fazer M&A, adquirindo empresas maduras e lucrativas.
Até aqui, tudo nos leva a crer que a Gisele Bündchen fez um bom investimento: a empresa tem resultados crescentes e é lucrativa.
Mas para quem nos conhece, sabe que gostamos de empresas que nos proporcionam visibilidade de resultados e múltiplos baixos.
Visibilidade é fundamental
A Ambipar segue confiante no seu crescimento futuro e conta com um caixa de 740 milhões de reais para o seu pipeline de aquisições em 2022.
No entanto, Ambipar não é só M&A. Em 2021, a empresa comprovou sua capacidade de crescer organicamente. Para este ano, a divisão Environment tem como objetivo fechar 14 novos contratos, e no Response o foco é expandir as bases de atendimento no Hemisfério Norte.
As duas vias de crescimento da companhia nos proporcionam uma ótima visibilidade de resultados para o futuro e, a partir dessas estratégias e perspectivas, fizemos algumas estimativas.
Mais conservadores que o mercado, estimamos um crescimento de +30 por cento da receita de 2022 até 2024 e uma margem Ebitda de 26 por cento. Com essas premissas, chegamos a um Ebitda de 623 milhões de reais ao final deste ano e 1 bilhão em 2024, como vemos na tabela abaixo.
Pelo valor atual (valor de mercado + dívida líquida), AMBP negociaria a 9x Ebitda ao final de 2022 e 5x em 2024, bem abaixo dos 11,5x Ebitda que os papéis negociam atualmente.
Com resultados crescendo e ações caindo, os múltiplos são atrativos.
Sem emplacar o IPO da Environment, percebemos que o mercado ficou desconfiado com a capacidade da empresa em continuar suas aquisições, o que nos parece um pouco exagerado. Além disso, a alta dos juros também vem pesando nas ações das empresas de crescimento.
Mas preferimos ficar à parte das expectativas de curto prazo do mercado e aproveitar as oportunidades que ele nos proporciona. E AMBP3 tem tudo para ser uma boa oportunidade.
Não queremos investir como Gisele Bündchen, queremos investir melhor. Certamente, os bons resultados da empresa chamaram a atenção da top model, mas pelos seus comentários, fica claro que a questão ambiental é o foco da investidora.
Mas Ambipar é muito mais do que isso, a companhia é uma máquina de M&A, com resultados crescentes, visibilidade futura e múltiplos atrativos.
A Ambipar é uma ótima oportunidade para qualquer tipo de investidor inteligente.
Espero que tenha gostado do conteúdo.