Ações são frações de propriedade de uma empresa.
Portanto, ao ser acionista, você vira sócio da empresa e passa a ter direito sobre os ativos e lucros da companhia.
Uma corporação saudável, com alinhamento de interesses entre diretores e sócios, deve ser meticulosa no momento de decidir o direcionamento dos recursos gerados pelas operações.
Ao lucrar, a companhia pode utilizar os recursos (que pertencem aos acionistas) de quatro formas:
- Reinvestir em seu negócio;
- Adquirir outras companhias;
- Recomprar ações;
- Pagar dividendos.
- A empresa deve optar por reinvestir em seu negócio a fração dos lucros que acredita que maximizará os retornos do acionista, ao expandir as operações e crescer organicamente.
- Existe a opção de crescer inorganicamente, ao adquirir outras empresas. Só deve ser realizada se a taxa de retorno proveniente da aquisição for superior ao das outras 3 alternativas.
- Na recompra ações a empresa diminui o número de papéis em circulação, por isso a participação do acionista aumenta sem que ele compre mais ações.
Só é benéfico para o acionista se as ações estiverem precificadas abaixo de seu valor intrínseco, e se o aumento de participação gerar mais retornos do que as opções 1,2 e 4.
4. Por fim, existe a pagamento de dividendos.
Caso nenhuma das alternativas anteriores gerem o retorno mínimo requerido pelos sócios da empresa, então o caminho mais racional é distribuir os lucros com os acionistas.
Caso um montante de capital seja direcionado para pagamento de dividendos, esse dinheiro irá cair na conta dos acionistas, no dia pré-determinado.
Para contextualizar, existem empresas como Google (NASDAQ:GOOGL) e Facebook, que optam por não distribuir dividendos pois julgam que a melhor opção para o acionista (a que traz mais retornos) é reinvestir em seu negócio ou adquirir outras empresas.
Como a ação dessas empresas evoluiu de maneira expressiva com o passar dos anos, isso demonstra que as diretorias tomaram decisões corretas de alocação dos lucros.
Elas consistentemente coletaram mais de 1 dólar pra cada dólar realocado em suas operações, tornando-as mais rentáveis.
Também, as aquisições realizadas por essas empresas geraram valor a seus donos.
O Google, por exemplo, adquiriu o Android em 2005, por US$ 50 milhões, e o YouTube em 2006, por US$ 1,65 bilhão.
Hoje possuem 2 bilhões de usuários ativos por mês na primeira plataforma, e 1,8 bilhão na segunda.
Olhando para o Facebook, temos a aquisição do WhatsApp em 2014, por US$ 19 bilhões. Hoje, é a plataforma de chat mais utilizada ao redor do mundo.
As informações de usuários são ativos intangíveis. Unidos à expertise tecnológica geral em algoritmos de busca e aprendizado de máquina, que se baseiam nos dados armazenados, são extremamente úteis para anúncios de propaganda.
A adesão dos serviços de propaganda tende a crescer cada vez mais, pois praticamente todos os empreendimentos no mundo tem potencial de se beneficiar do acesso às informações do Google e do Facebook, personalizando ofertas e melhorando a conversão de bilhões de possíveis clientes.
Concluindo, ao analisar possíveis empresas para se investir, olhe o histórico de decisões de alocação de capital que a gestão executou ao longo dos anos.
Invista apenas se as decisões foram justificáveis e racionais, tratando o dinheiro com cautela. Afinal, o dinheiro é dos acionistas.