O ambiente macroeconômico externo vem apontando para um cenário-base desinflacionário, ainda que dados da economia americana demonstrem que este processo esteja ocorrendo em ritmo lento. Segundo divulgado pela S&P Global, o índice de gerentes de compras (PMI na sigla em inglês) composto, que mede a atividade econômica dos Estados Unidos através de dados estatísticos dos setores de serviços, manufaturas e indústrias, avançou de 51,3 em abril para 54,4 em maio, maior nível em mais de dois anos. O mercado de trabalho, por sua vez, segue aquecido, com pedidos de seguro-desemprego mais baixos em maio e salários ainda fortes.
Com isso, grande parte das projeções de corte de juros nos Estados Unidos foram reavaliadas para um cenário mais conversador, com a expectativa da manutenção dos juros no patamar atual de 5,25% a 5,50% por mais tempo. Ainda assim, mesmo que não haja um consenso sobre quando o Fed iniciará o corte de juros, grande parte dos analistas do mercado entendem que a política monetária restritiva dos Estados Unidos já atingiu a sua máxima.
Dessa forma, com a expectativa de corte de juros no horizonte, os investimentos em renda variável vêm atraindo maiores aportes. Isso se dá porque, durante o eventual e esperado ciclo de redução dos juros, as companhias passariam a contar com condições de financiamento mais sustentáveis, favorecendo o investimento em expansão.
Além disso, o avanço do setor de tecnologia, impulsionado pelo desenvolvimento da inteligência artificial, promoveu um otimismo no mercado acionário, movimento que atraiu investimentos para ativos de maior risco. Isso também foi visto no segmento de criptoativos, que, apesar da sua alta volatilidade, vem registrando uma expansão da demanda, marcando o fim do inverno cripto.
Em linha com a aposta do investidor no crescimento do mercado de ações, os investimentos líquidos em ETFs totalizaram, em termos globais, US$ 468 bilhões durante os quatro primeiros meses de 2024, maior número já registrado, de acordo com dados da ETFGI. Este movimento reflete a perspectiva de pouso suave das economias globais, com recuperação das margens de lucros das companhias.
Nesse sentido, os investimentos em ETFs representam uma forma de capturar essa recuperação de forma abrangente, incluindo empresas de diferentes tamanhos e segmentos de atuação. Um exemplo de ETF que acompanha o crescimento global das economias é o Vanguard Total World Stock ETF (NYSE:VT), que investe em mais de nove mil empresas de todo o mundo e abrange 98% da capitalização de mercado global.
No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, o VT avançou 9,67% (considerando o fechamento de 31 de maio), acima do registrado no mesmo período do ano anterior (7,34%). Para os investidores brasileiros, além da exposição global e, portanto, diversificada, a alocação em um ativo dolarizado contribui ainda para um fortalecimento do portfólio, que passa a contar tanto com o avanço do ativo quanto da moeda.
No caso do VT, por exemplo, seu avanço salta de 9,67% em dólar para 17,5% em reais, considerando o desempenho desde o início deste ano, o que contrasta, com a queda de 9% do Ibovespa no mesmo período. Esta contribuição torna-se mais notável em uma janela de longo prazo: desde o seu lançamento (26/06/2008) até o fechamento de maio, o VT valorizou 216% em moeda original. O dólar, por sua vez, avançou 229% no mesmo período. No entanto, o VT em reais alcança uma expressiva valorização de 937%, reforçando o efeito dos juros sobre juros no longo prazo. No Brasil, o WRLD11 (BVMF:WRLD11) replica o VT e está disponível na B3 (BVMF:B3SA3).