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Investimento em Tesouro Direto IPCA + 7,12%: Pode isso, produção?

Publicado 06.12.2024, 17:06

Costumo dizer o seguinte: se você acha que é complicado controlar suas finanças pessoais, tente ficar dois anos sem fazê-lo. Mesmo para quem já navega no mundo dos investimentos, deixar de acompanhar suas finanças e o que está acontecendo na economia pode resultar em perdas e perder oportunidades que surgem de tempos em tempos.

Oportunidades históricas no Tesouro Direto

No cenário atual, os títulos do Tesouro Direto, especialmente o Tesouro IPCA +, estão dando sopa para quem quer aproveitar. Com prêmios reais de 7% acima da inflação, estamos vendo taxas que não apareciam há tempos. Isso quer dizer que, investindo agora, dá para dobrar o capital em cerca de 10 anos em termos reais (já descontando a inflação). Não é todo dia que aparece uma chance dessas para quem busca proteção contra a inflação e crescimento real do patrimônio.

Mas e se considerarmos a inflação? Supondo uma inflação média de 4% ao ano, a taxa nominal composta seria de aproximadamente 11,28% ao ano. Isso porque a taxa nominal é calculada multiplicando-se os fatores de juros real e inflação: (1 + 7%) * (1 + 4%) - 1. Por exemplo, se você investir R$ 10.000 hoje no Tesouro IPCA+ com taxa real de 7% ao ano, após descontar o imposto de renda de 15% sobre os rendimentos, seu investimento pode se transformar em aproximadamente:

Em termos nominais (incluindo inflação):

  • Em 10 anos: R$ 26.405

  • Em 20 anos: R$ 74.643

  • Em 30 anos: R$ 216.448

  • Em 40 anos: R$ 629.489

Em termos reais (descontando a inflação):

  • Em 10 anos: R$ 18.221

  • Em 20 anos: R$ 34.397

  • Em 30 anos: R$ 66.205

  • Em 40 anos: R$ 128.783

Isso considerando juros compostos e já descontados a inflação e a tributação, ou seja, ganho real líquido. É um crescimento expressivo, mas que requer paciência e visão de longo prazo. É importante lembrar que o Tesouro IPCA + é um investimento voltado para o longo prazo. Oscilações de curto prazo podem levar a marcação de mercado negativa, então é fundamental alinhar o investimento com seus objetivos e horizontes de tempo. Se precisar resgatar antes do vencimento, pode acabar realizando perdas.

Analisando o risco fiscal e o cenário macroeconômico

Claro, essas taxas atrativas têm seu porquê. O prêmio alto reflete as preocupações do mercado com o risco fiscal no Brasil. Gastos públicos em alta e incertezas sobre o equilíbrio das contas do governo fazem os investidores pedirem retornos maiores para compensar o risco.

Mas se olharmos para a história democrática recente do Brasil, podemos observar um padrão. Costumamos chegar à beira do abismo fiscal algumas vezes. Olhamos para ele, mas mudamos a rota. Igual a um estudante inteligente, mas que só estuda de verdade na época da recuperação e passa de ano! É um exercício perigoso, mas, de alguma forma, mostra que nossas elites políticas, por mais problemáticas que sejam, tendem a entrar em acordo para não repetir os erros das décadas de 1980 e 1990.

Isso não elimina o risco, mas oferece uma perspectiva de que, apesar dos desafios, há esforços para manter a estabilidade econômica. Para nós, investidores pessoas físicas, os títulos públicos ainda são uma opção segura. O governo brasileiro tem um histórico de honrar seus compromissos, e os mecanismos de controle fiscal dão uma certa tranquilidade para investir sem perder o sono.

Além disso, diversificar investimentos, tanto aqui quanto lá fora, e distribuir em diferentes classes de ativos continuam sendo estratégias-chave para gerenciar riscos. Não dá para colocar todos os ovos na mesma cesta, né?

De qualquer forma, o número de investidores no Tesouro Direto tem crescido significativamente nos últimos anos, atingindo recentemente a marca de 30 milhões de brasileiros. Isso demonstra o crescente interesse da população em investir em títulos públicos e a confiança depositada no Tesouro Nacional.

Novas ferramentas e estratégias de alocação

O Tesouro Nacional também tem inovado e trazido novidades que facilitam a vida do investidor. O Tesouro Coletivo, por exemplo, permite a criação de campanhas de investimento colaborativo. Isso abre espaço para estratégias de planejamento financeiro familiar, como a construção de fundos educacionais para filhos e netos, envolvendo parentes e amigos próximos.

Outra novidade que merece atenção é a possibilidade, em breve, de utilizar títulos do Tesouro como garantia em contratos de aluguel. Essa medida tem o potencial de reduzir significativamente a burocracia e os custos associados a garantias locatícias. Para investidores, isso significa maior liquidez e flexibilidade na gestão de seus ativos, podendo alavancar o patrimônio de forma inteligente.

Vamos falar de futuro

Agora, vamos combinar: estar ligado nas oportunidades é meio caminho andado. O Tesouro IPCA + com prêmios de 7% acima da inflação não aparece todo dia. É uma chance e tanto para quem quer montar ou reforçar a carteira pensando no longo prazo. Aliás, eu, João, vou montar uma carteira privada com esses títulos nos próximos 3 meses e vou mostrar aqui os resultados. Fiquem atentos!

Cuidar das finanças pessoais não é só questão de organização. É uma atitude fundamental para identificar momentos como esse e tirar o melhor proveito. Quando juntamos disciplina financeira com conhecimento de mercado, as chances de alcançar nossos objetivos aumentam - e muito.

Então, que tal dar uma revisada na sua estratégia de investimentos? O mercado está cheio de oportunidades, e estar preparado para elas pode fazer toda a diferença entre ser só mais um investidor ou aquele que realmente atinge suas metas financeiras.

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