Operações de Mercado Aberto, ou, do inglês, Open Market Operations (OMOs), são as principais ferramentas de política monetária utilizadas pelo BoK (Bank of Korea), permitindo que o Banco formalize operações diversas com as instituições financeiras, provendo liquidez e previsibilidade advinda de suas operações de ajustes. Para relembrar, Operações de Mercado Aberto (OMOs) são uma ferramenta da política monetária utilizada pelos bancos centrais para influenciar a oferta de dinheiro e as taxas de juros na economia. Nesse contexto, os bancos centrais compram ou vendem títulos no mercado aberto. Se comprarem títulos, injetam dinheiro na economia, aumentando a oferta monetária e diminuindo as taxas de juros. Se venderem títulos, retiram dinheiro da economia, reduzindo a oferta monetária e elevando as taxas de juros. O objetivo das OMOs é alcançar metas macroeconômicas, como controle da inflação, estímulo ao crescimento econômico ou estabilidade financeira.
O BoK realiza OMOs principalmente para direcionar a taxa interbancária chamada "overnight". A taxa interbancária "overnight" refere-se à taxa de juros que os bancos cobram uns aos outros por empréstimos feitos no mercado interbancário durante a noite. Essa taxa é um indicador importante das condições de liquidez e confiança entre os bancos e pode influenciar as taxas de juros em toda a economia. Geralmente, os bancos usam a taxa interbancária overnight para ajustar temporariamente suas reservas e atender a exigências regulatórias de liquidez. Já expliquei em análises passadas como as taxas são formadas, mas para relembrá-los, essas taxas são compostas de duas variáveis multifatoriais: uma exógena e outra endógena. A variável endógena refere-se às condições de liquidez e de confiabilidade do empréstimo, somado às condições e duração do mesmo. A variável exógena refere-se às condições de liquidez na economia como um todo, a taxa de inflação, as políticas monetárias perpetradas pelo banco central, a taxa básica, os juros futuros, e uma miríade imensa de outros fatores.
Para conduzir essa política de ancoragem da taxa de curto prazo (taxa-base) para com as taxas interbancárias, o banco central precisa ter plena capacidade de realizar operações que atuam de forma "permeável", ou seja, ora injetando liquidez, e ora enxugando liquidez da economia real.
As OMOs, no contexto do BoK atuam em três frentes distintas, sob a roupagem de três operações-padrão:
i) Transações de Títulos (títulos governamentais)
ii) Monetary Stabilization Bonds (MSBs)
iii) Depósitos bancários na Monetary Stabilization Account (MSA)
As transações de títulos, que são amplamente utilizadas, e já consideradas como parte da ortodoxia moderna das políticas monetárias, envolvem operações de compra e venda desses instrumentos financeiros no mercado secundário, tendo como uma das partes o BoK e a outra uma instituição financeira. Essas operações fazem parte do mecanismo permeável de injetar e retirar liquidez do mercado, uma vez que quando o BoK compra títulos de instituições financeiras, ele está efetivamente injetando liquidez no mercado, e quando ele vende títulos de seu ativo, ele está retirando certa liquidez. Aqui também estão situados os acordos de recompra e recompra reversa.
Os MSBs são títulos emitidos pelo BoK com vencimentos relativamente longos, usados como ferramenta de ajuste estrutural de liquidez, visando objetivos de longo prazo. Uma vez que seu vencimento é longo, o BoK, a partir de estudos de aplicabilidade, poderá ajustar a base monetária para com ciclos econômicos mais longos, de baixa frequência, e assim fazer ajustes mais abrangentes para com a base monetária.
Já a MSA, estabelecida há treze anos, é uma facilidade de depósito "amigável", ou seja, não compulsório, onde os agentes econômicos e os formuladores de política monetária podem definir metas conjuntas com o objetivo de conduzir a política monetária e amenizar possíveis choques.