O FGTS, Fundo Garantidor por Tempo de Serviço, foi criado em 1966 pelo ministro do Planejamento do governo do Marechal Castello Branco, Roberto Campos. O objetivo era duplo: facilitar a demissão de trabalhadores e financiar a construção de imóveis. O FGTS fornecia ao funcionário que era demitido sem justa causa uma segurança maior.
O INSS (Instituto Nacional da Seguridade Social), que também já foi conhecido pelos mais antigos como INPS (previdência social), é uma autarquia do governo federal que utiliza as contribuições dos trabalhadores para custear benefícios sociais como previdência, auxílios e saúde, conhecida também como PAS para quem estuda para concursos públicos.
Boa parte da população contribui com uma porcentagem do seu salário para ter uma aposentadoria quando sair da idade produtiva e muitas das vezes essa é a única renda que essas pessoas terão ao se aposentar.
Segundo cálculos, uma pessoa com 18 anos de idade que invista até os 53 anos com R$213,87 todo mês, levando em consideração uma taxa de 0,9% que na atual conjuntura não é muito difícil de se conseguir na renda fixa, atingirá o montante de R$1.000.000 gerando uma renda de aproximadamente R$9.000 todo mês, e um detalhe: vai se aposentar 12 anos antes do exigido pelo INSS.
O maior desafio hoje é a educação financeira, o instrumento de "investimento" mais conhecido pelos brasileiros é a famosa poupança, sendo que existem outros investimentos no mercado financeiro, com liquidez diária, pagando acima da poupança e não sofrendo tanto com a questão da inflação.
Mas estamos aqui para falar sobre o INSS e o porquê de começar a investir agora, para garantir uma aposentadoria "gorda" e uma maior qualidade de vida.
Através deste levantamento, supondo que em todo esse período a taxa de contribuição para o INSS foi de 8%, mesmo antes de ter sida criada a autarquia, e considerando o salário mínimo vigente nesta data (R$1.212,00), segundo Camilla Mota, em artigo escrito para a BBC em dezembro de 2021, 90% dos brasileiros ganham menos de R$3.500 por mês. E ainda, segundo levantamento, a distribuição de renda ficaria assim:
A grande maioria da população (70%) ganha até 2 salários mínimos mensais, 20% ganham entre 2 salários até R$3.500,00, em torno de 5% ganha uma média de R$10.313,00 e uma pequena parte, em torno de 1%, ganha uma média de R$28.659,00.
Levando esses dados em consideração, separando o total da população de 1950 na idade produtiva (20 aos 65 anos, conforme pirâmide etária da figura 1), nota-se que a porcentagem da população na ativa, contribuindo para o INSS soma-se 45,6% da população, enquanto isso temos 2,8% da população de idosos.
Agora, se separamos os 45,6% da população que contribui para o INSS, dividirmos em faixas salariais conforme tabela acima, considerando também que 70% da população receba R$2.424,00 equivalente a 2 salários, 20% receba R$3.500,00, 5% R$10.313,00 e 1% R$28.659,00 e ainda que o desconto de 8% do INSS atinja a todos, temos um saldo total de R$7.182.902.885 (sete bilhões, cento e oitenta e dois milhões, novecentos e dois mil oitocentos e oitenta e cinco reais), se dividirmos esse valor pela população "aposentada" daquela época (1.511.292) chegamos a uma renda média de R$4.752,82 por mês para cada um.
Agora, vamos levar em consideração a pirâmide etária de 2050, onde teremos 131.663.730 pessoas na ativa, representando 57,5% da população, em contrapartida, temos 22,8% de aposentados. Usando as métricas da tabela, para o cálculo da porcentagem para as rendas, o total arrecadado (8%) em cima dos salários de cada um chegaria a R$32.424.743.902 reais entretanto se dividirmos esse valor pelo pessoal acima de 65 (52.207.531) teoricamente teríamos uma renda de apenas R$736 reais por pessoa.
Embora alguns auditores da confederação dos aposentados dos auditores fiscais digam que a previdência tem um superávit de 24 bilhões, que o sistema não está com déficit e que tudo isso não passa de uma manipulação de dados, investir para garantir ou mesmo manter a qualidade de vida no futuro é sempre a melhor opção. Uma pessoa que investe, por exemplo, consegue criar uma renda passiva (aquela que você não precisa trabalhar) e mantém seu padrão de vida, além de conseguir o bem mais precioso que podemos ter: O TEMPO.
Os cálculos utilizados aqui foram estimativas, claro que devem ser muito mais complexos e o governo tem como tirar dinheiro de outras áreas para conseguir suprir a demanda pelas aposentadorias, auxílios e benefícios para a saúde, mas temos que levar em consideração que a medida que a qualidade de vida aumenta e as taxas de natalidade diminuem, teremos mais gente aposentada e menos gente trabalhando para manter o sistema.
Observamos aqui através dos cálculos que a renda que o INSS terá condição de pagar daqui a 30 anos para a população é muito menor em comparação que ela poderia pagar em 1950 para a população daquela época, uma redução de 84%. Se você já investe, você está à frente da maior parte da população; se não investe, nunca é tarde para pensar no seu futuro.