A inflação é caracterizada pela alta contínua nos preços dos produtos e serviços de determinado período de tempo. Quando os índices inflacionários aumentam, o poder de compra da moeda diminui.
Podemos dizer que a inflação representa uma perda do valor do dinheiro ao longo do tempo, e isso vale tanto para o seu salário e outros ganhos quanto para os investimentos financeiros.
Atualmente a inflação está em 8,06% oficial do Brasil, que é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Como a inflação é medida?
No Brasil, a inflação é medida a partir de índices que monitoram os preços de alguns produtos, bens e serviços mais importantes para a população.
Índices de inflação
Existem diferentes índices que mostram as altas ou baixas dos preços e cada um deles aponta uma inflação diferente. Isso ocorre porque eles utilizam faixas de renda, regiões, itens e períodos distintos em suas pesquisas. Essa diversidade torna a medição mais segura, pois há mais fontes disponíveis para comparação.
Os dois principais índices de inflação no Brasil são o IPCA e o IGP-M, ilustrado a seguir.
IGP-M
É o Índice Geral de Preços – Mercado, calculado mensalmente pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Acompanha mensalmente os preços do comércio no varejo, no atacado e na construção civil. É utilizado para corrigir preços de tarifas de serviços públicos, aluguéis e vários tipos de contratos.
IPCA
É o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, sendo calculado todos os meses pelo IBGE. Aponta a variação do custo de vida de famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Embora não seja o único índice, o IPCA é utilizado pelo Banco Central (Bacen) como medidor oficial da inflação em nosso país e também é usado pelo governo como referência para verificar se a meta inflacionária estabelecida está sendo cumprida.
Quais são os reflexos da inflação nos investimentos?
Quando você lê que um determinado investimento rende, por exemplo, 9% ao ano, esse valor quase sempre diz respeito à rentabilidade nominal, ou seja, ao retorno bruto, sem qualquer desconto.
Contudo, bons investidores sabem que é preciso descontar os custos (como taxas e impostos) e também a inflação para chegar à rentabilidade real de um investimento.
Com o desconto de taxas e impostos descobrimos a rentabilidade líquida. Depois, com o desconto da inflação, chegamos ao resultado da rentabilidade real.
Ao calcular a rentabilidade real, você evita cair em armadilhas financeiras. Por exemplo? O valor pago pela poupança nem sempre é suficiente para superar a inflação.
Apesar de atualmente estarmos vivendo um período em que a inflação está girando em patamares bastante altos, sabemos que historicamente essa não é a situação mais comum na realidade econômica do país.
Em linhas gerais, ao longo dos últimos anos o rendimento da poupança sempre ganhou bem pouco ou empatou com inflação. Ao investir na poupança, em termos nominais, o seu dinheiro estará rendendo. Porém, ao mesmo tempo, o seu poder de compra também pode ser corroído.
Ou seja, desvalorização da moeda.
Quando a rentabilidade real é negativa, no longo prazo, o dinheiro que antes era capaz de adquirir um determinado bem ou serviço deixa de ser suficiente.
Para evitar o risco de retorno real negativo, existem, no mercado, investimentos atrelados aos índices de inflação. Isso não significa que essas aplicações serão a melhor opção de investimento em 100% dos casos, já que tudo depende dos objetivos e do perfil de cada investidor. Porém, ao fazer investimentos atrelados à inflação, você garante que o poder de compra será mantido no médio e no longo prazos, protegendo seu dinheiro da desvalorização.
Quais são os investimentos atrelados aos índices de inflação?
Como mencionamos, os investimentos atrelados à inflação têm a capacidade de proteger o poder de compra do investidor, pagando, no mínimo, o equivalente ao índice no período investido.
Tesouro IPCA+
O Tesouro IPCA+ é um título público do governo federal. Seus juros são ajustados a partir da taxa IPCA do período contratado para a aplicação.
Ao comprar um título ou fração de título do Tesouro IPCA+, você receberá de volta (ao final do período contratado) uma rentabilidade correspondente à inflação do período mais uma taxa extra prefixada.
CDBs, LCIs e LCAs atrelados à inflação
Também existem aplicações de empresas privadas que pagam juros com base no índice IPCA ou IGP-M.
Esses investimentos são títulos de renda fixa de baixo risco, emitidos por bancos.
Imóveis para aluguel e fundos imobiliários
Habitualmente, os aluguéis são corrigidos pelo IGP-M, fazendo com que o aluguel de imóveis comerciais e residenciais também seja uma maneira indireta de ter uma rentabilidade atrelada à inflação.
O mesmo vale para os fundos imobiliários. Eles são fundos de investimento que normalmente investem em imóveis comerciais, ganhando com o aluguel deles que costuma ser corrigido com base no IGP-M ou IPCA.
Ações de empresas que repassem a inflação
Indiretamente, existem ações que repassam a inflação a seus acionistas, pois algumas empresas têm facilidade maior em repassá-la para os preços de seus serviços e produtos. É o caso de companhias dos setores de consumo e utilidades públicas, como concessionárias de energia elétrica e água.
Como vimos acima, a inflação reflete indiretamente em todos os investimentos, seja na renda fixa, seja na renda variável, pois interfere no poder de compra. Sendo assim, acompanhar os índices de inflação torna-se fundamental para se observar a rentabilidade real dos investimentos.
Além disso, o impacto é ainda mais direto nas aplicações indexadas ao IPCA ou ao IGP-M, como é o caso do Tesouro IPCA+ e dos fundos imobiliários. No entanto, esses investimentos ajudam a conservar o poder de compra do investidor, servindo como alternativa para protegê-lo da inflação.
Bons Negócios!