O dólar aumentou 2,63% no acumulado da semana passada. Entretanto, considerando todo o ano de 2022, a moeda desvalorizou 8,97% ante o real.
Há indícios de que o Federal Reserve Fed deverá continuar com a escalada de juros para conter a inflação criada pela injeção de auxílios do governo durante a pandemia e a alta do petróleo em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Na minha opinião, um resultado mais perturbador do que o esperado para o fornecimento de gás da Europa aumentaria a probabilidade do euro cair mais perto da paridade ou abaixo nos próximos meses. Para explicar melhor, existem riscos negativos para o crescimento das economias europeias decorrentes das restrições de fornecimento de gás para a Bulgária e Polônia. Embora não espere que a Rússia corte o fornecimento de gás para outras grandes economias da zona do euro, como Alemanha e Itália, a incerteza persistirá no curto prazo até que fique mais claro como resolver o impasse sobre a exigência da Rússia a ser paga em rublos pelo gás. E, obviamente, isso enfraquece o euro.
Por aqui, nada mudou internamente, nosso juros continuam extremamente atrativos, mas parece que o desemprenho do real está mais atrelado aos movimentos do Fed, Covid na China e guerra na Ucrânia do que ao potencial de ganho investindo a “grana” por aqui. Os preços-médios de commodities mais altos, o crescimento forte no primeiro semestre do ano, a melhora dos números fiscais e a taxa Selic elevada ao longo do ano são fatores importantes que podem continuar atuando na direção de atrair fluxos de capitais para o Brasil no curto prazo.
Por outro lado, atuam na direção do real mais depreciado as incertezas sobre o crescimento global, o aumento da taxa básica de juros americana e as dúvidas relacionadas à evolução das contas públicas e sustentabilidade fiscal brasileira nos próximos anos. Amanhã temos a ata do Copom e quem sabe ajude um pouco o real (se falarem em possíveis novas altas).
Desculpe, investidor, mas realmente a taxa de câmbio está com dois vetores fortes em direções opostas. Por enquanto, a única certeza é a volatilidade.
Bons negócios a todos!