O poder de compra do nosso dinheiro está caindo - o fantasma da inflação está nos rondando. Você certamente já teve aquela sensação de que R$ 100 não compram mais a mesma quantidade de produtos que você costumava levar há alguns meses.
O IPCA subiu 1,16% em setembro. Para você ter uma ideia, foi a maior alta desde setembro de 1994.
No ano, o índice acumula alta de 6,90% e, nos últimos 12 meses, de 10,25% - ou seja, já é uma inflação de dois dígitos.
A previsão de economistas e analistas do mercado financeiro para o IPCA em 2021 avançou mais uma vez, de 8,59% para 8,69%, segundo o último boletim Focus divulgado pelo Banco Central.
O FMI também revisou para cima a sua projeção para inflação no país e, agora, espera uma alta de 7,9%.
Para lidar com isso, só existem dois caminhos: controlar o orçamento no dia a dia e investir.
Mas antes de discutir investimentos, quero explicar um pouco sobre a conjuntura. É legal você ter clareza sobre o que está acontecendo.
A escalada de preços se dá por diversos fatores. É um cenário complexo e intrincado. Enquanto há uma retomada rápida da acelerada diante da vacinação contra Covid-19 e reabertura das atividades, existem gargalos de produção e nas cadeias de suprimento e logística. Somado a isso, a crise hídrica encarece energia e os alimentos.
O Petróleo segue em trajetória de alta no mercado internacional, o que tem feito os preços dos combustíveis subirem bastante por aqui. Nos últimos 12 meses, a gasolina teve aumento de 39,6% em 12 meses e o diesel, 33,05%.
LEIA MAIS: Por Que Ter Petróleo na Carteira?
E existe ainda o componente de incertezas. Sem dúvida, as questões políticas e a preocupação fiscal tornam o quadro mais desafiador. O dólar chegou a passar de R$ 5,70 nesta semana, o que significa insumos e produtos importados mais caros.
Sei que você deve estar se perguntando: “Então, o que fazer?”
Mais do que nunca, é preciso agir. Você tem que buscar ativos capazes de proteger o seu patrimônio e te entregar ganhos reais, acima da inflação.
Assim, você preserva o seu poder de compra e ainda tem lucro.
Não pense que estou falando de investimentos arriscados. Quero destacar aqui que há excelentes alternativas em renda fixa, a modalidade mais conservadora.
Existem alguns títulos públicos e privados que já estão pagando taxas de dois dígitos ao ano.
Porém, é essencial fazer escolhas com critério. Já vi muitas pessoas que investiram o dinheiro em somente uma aplicação e não conseguiram resgatar quando mais precisavam.
Por isso, tenha em mente que mesmo na parcela de renda fixa da carteira, vale a diversificação.
É importante ter ativos diferentes, com prazos e retornos variados, conforme a sua necessidade de liquidez – quando você necessitará do dinheiro na sua mão, e os seus projetos de vida.
Para reserva de emergência, a disponibilidade tem que ser imediata. Já pensando nos seus planos de médio e longo prazo, as aplicações podem ter menor liquidez e resgates em horizontes mais distantes.