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Indicador de preço de ureia automotiva é lançado no Brasil

Publicado 26.09.2024, 13:42
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As dificuldades de fornecimento no mercado de ureia grau automotivo (AGU) e as questões ligadas ao uso incorreto da matéria-prima para a fabricação do Arla 32 levaram à necessidade de um indicador de preços de AGU.

Os preços de AGU no mercado de importação ficaram em $470-535/t cfr Brasil na semana terminada em 20 de setembro, de acordo com o indicador de preços lançado pela Argus. 

Os níveis variam de acordo com a origem da ureia importada, com o insumo de origem russa na ponta-baixa, enquanto a origem egípcia ocupa a ponta-alta da faixa.  

Os volumes de cargas russas são restritos, em meio à baixa disponibilidade de volumes no mercado spot. O Egito não era uma origem tradicional para o mercado brasileiro, mas se tornou uma alternativa para importadores. No entanto, as constantes restrições no fornecimento de gás natural para unidades de produção de nitrogenados na região e consequentes paralisações ou reduções na produção de ureia fizeram com que a disponibilidade desta origem também ficasse limitada. 

A China é uma das principais fornecedoras para o Brasil, porém as restrições nas exportações de ureia do país mantêm as importações brasileiras concentradas em outras regiões. 

A Arábia Saudita também fornece a ureia para o Brasil, normalmente a preços mais altos do que as demais origens. Recentemente, cargas vindas do Uzbequistão começaram a ser ofertadas para o Brasil. 

A ureia grau automotivo costuma ter um prêmio em relação à ureia agrícola, utilizada como fertilizante. No fim de agosto, esse prêmio atingiu $186/t no mercado de importação brasileiro. Esse tipo de ureia é utilizado para a produção de Arla 32, que é um agente para motores a diesel voltado para a redução das emissões de poluentes. Essa diferença no preço é um dos maiores desafios para o consumo da ureia automotiva. A ureia grau fertilizante não é recomendada para uso automotivo, devido às especificações químicas e, com isso, tende a ser mais poluente, além de danificar a parte mecânica de caminhões que utilizam Arla feito com ureia agrícola. 

A Argus estima uma demanda de quase 390 mil toneladas de ureia automotiva em 2024, aumento de 11% comparado a 2023. No entanto, esse volume não é necessariamente positivo, considerando o número de veículos pesados circulando no país e o aumento de 10pc registrado nas vendas neste ano. Participantes do mercado apontam para um aumento no uso de dispositivos ilegais que burlam o uso de Arla nos veículos. Esses dispositivos devem reduzir o consumo de Arla na América Latina em 25% neste ano, limitando o crescimento do mercado de ureia automotiva.  

A ureia automotiva possui especificações para poder ser utilizada na produção de Arla 32. A ureia para produção de Arla não pode ter mais do que 0,8% de biureto por massa e 5 miligramas de aldeídos por quilograma de ureia, de acordo com a norma ISSO 22241. Essas especificações são importantes para que o Arla funcione corretamente, ou seja, reduza os poluentes e não prejudique o motor e outras partes dos veículos por acúmulo de impurezas. 

Um fator que afeta significativamente os preços de AGU é o frete marítimo para importar o produto. Normalmente, a ureia automotiva é enviada para o Brasil em contêineres refrigerados de 40 pés, diferente dos embarques de navios graneleiros usuais no mundo agrícola. A ureia não necessita da refrigeração, mas os contêineres são importantes para evitar que o produto empedre e podem ser aproveitados na viagem de volta, com a refrigeração acionada, podendo transportar carnes, por exemplo. O preço do frete de contêiner tem um prêmio com relação ao de navios graneleiros. 

Com o aumento da participação de veículos elétricos chineses nos mercados globais, as montadoras elevaram o envio de peças para reparos e substituições para regiões como as Américas. Isso gerou uma escassez de contêineres para transportar ureia, com a indústria automobilística aceitando pagar preços mais altos de frete, uma vez que o valor de suas cargas também é bem mais elevado. No início de março, o frete do contêiner para transportar AGU estava em torno de $65/t. No segundo trimestre, esse valor ultrapassou $400/t. 

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