Para hoje vamos abrir o dia interpretando a ata do Copom. Se o BC pretende manter a Selic no atual patamar, e o que faria os juros subirem ou caírem nas próximas reuniões. A ata sai às 8 hrs.
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a indicação do secretário-executivo da pasta, Gabriel Galípolo, para a Diretoria de Política Monetária do Banco Central. Ele é o braço direito do ministro. O mercado não gostou. Com esse nome na pasta o governo terá mais força para interferir na política monetária, que vem sendo alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em função do nível atual da taxa básica Selic, de 13,75% ao ano.
Em meio a críticas reiteradas de Lula à política de juros do BC, o mercado acompanha de perto as indicações às diretorias da autarquia para avaliar se os nomes do novo governo poderão representar algum tipo de ruptura ou de oposição às visões de Campos Neto. Ainda não é possível afirmar se ele já participará da próxima reunião do colegiado, nos dias 20 e 21 de junho, quando o mercado ainda espera uma manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano.
Lula terá neste ano mais duas vagas para indicar ao BC. Em dezembro, serão encerrados os mandatos dos diretores de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Maurício Moura, e de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fernanda Guardado. A previsão é que Lula alcance a maioria dos nove membros da diretoria do BC indicados pelo seu governo apenas depois de dezembro de 2024, quando serão encerrados outros três mandatos, inclusive o de Campos Neto. Além de Gabriel Galípolo, também foi indicado Ailton de Aquino Santos para o posto de Diretor de Fiscalização da autoridade monetária.
Com tudo isso, o dólar à vista fechou o dia de ontem cotado a R$ 5,015.
Outro assunto para ficar de olho nesta semana é o relatório do novo marco fiscal, que deve ser apresentado nos próximos dias, e o Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou acreditar que o projeto possa ser votado já na próxima semana na Casa.
No exterior, seguimos acompanhado de perto os desdobramentos da crise do setor bancário americano e os riscos de contaminação sistêmica. Se mais um banco quebrar por lá significa que o Fed está interpretando mal a situação ou as declarações tranquilizadoras de seu presidente não passam de frases vazias.
No calendário econômico para hoje, veremos no Brasil a ata do Copom ainda antes do mercado abrir. Nos EUA, teremos discursos de Williams, membro do Fomc, e Jefferson, governador do Fed. Na Europa, acompanharemos discursos de Schnabel, do BCE.
Bons negócios a todos. E será que o dólar fica acima de R$ 5,00? Tem fundamentos para isso? Nosso juros altos não falam a favor do real? Dê sua opinião!