O cenário de impeachment da presidente Dilma volta a estar em foco.
O mercado financeiro parece que acolheu bem essa possibilidade. Isso mesmo, possibilidade, nada garante que o impeachment vá até ao fim com a destituição da presidente, além de ser um processo lento em que ela irá lutar contra até ao fim.
Esse artigo vem no seguimento de outro Artigo “Sem Papas na Língua – Urgente Mudar de Rumo ou de Governo”.
Vamos colocar o seguinte cenário:
A presidente é destituída.
Caso o impeachment se materializar, assume a presidência o vice, Temer, o que se pode esperar?
Remodelação ministerial, ou seja, mudanças nos ministérios?
Mudança na matriz econômica?
Melhor articulação com o Congresso?
Agora vamos colocar o seguinte cenário:
A presidenta continua.
O que se pode esperar?
Mais do mesmo, nada, continua a predominar a atual matriz econômica.
No primeiro cenário, nada nos garante que haja mudanças na matriz econômica, nem considero se os ministros que mudem sejam bons ou maus, penso que neste momento até é secundário em relação à política económica a ser seguida.
O maior problema do Brasil neste momento não tem a ver com nomes, este é bom, aquele é mau, este agrada, este não agrada, tem a ver com a definição da matriz econômica, das medidas e metas que serão adotadas.
Falta um orçamento crível, com medidas e metas condizentes com o panorama econômico atual.
Perante o segundo cenário, é evidente que é de arriscar no primeiro, pois como dizia o Tiririca “Pior não fica”.
Só que perante isso temos um fator de grande relevância, o fator tempo, que joga contra neste momento, o melhor mas inviável seria uma de duas possibilidades:
O governo mudar de matriz econômica ou a renúncia da presidente. A renúncia tem poucas hipóteses ou nenhuma de acontecer e a mudança da matriz econômica dificilmente acontecerá.
Vamos entrar em 2016 com perspectivas ou já previsões bastantes fiáveis que será um ano mau, inflação alta, desemprego alto, diminuição do rendimento disponível, contração do PIB alto, risco de acentuar a degradação das contas públicas, risco cada vez maior de downgrade, subida dos juros por parte do FED, enfim, o panorama é caótico e já temos que falar em 2017 ou 2018.
O mercado financeiro, ou melhor, os agentes financeiros têm que estar alertas para estes dois cenários, e vão estar alertas com certeza, cujos desfechos não sabemos, de momento é estarmos atentos ao curto prazo, para que não haja grandes surpresas.
Quem quiser, mas não recomendo pode fazer as suas apostas de maior risco, quer no câmbio, na bolsa ou em outro investimento de risco. Para já recomendo que atue com prudência e cautela.
Vamos ver...