Nossa economia vem sofrendo com o forte processo inflacionário. Os grupos de alimentação, habitação e transportes registraram as maiores altas em 12 meses e sua redução será fundamental para uma retomada mais consistente da atividade produtiva.
Os impactos econômicos do conflito entre Rússia-Ucrânia são, em sua essência, inflacionários. Em especial, uma forte pressão altista nos preços do petróleo, trigo, milho, adubos e óleo de girassol. Ambos os países se destacam com uma produção de commodities relevante para a economia mundial.
Cabe destacar que a Rússia é um dos maiores exportadores de petróleo do mundo. Com isso, as sanções impostas à economia russa irão sustentar os preços e privilegiar as empresas produtoras de petróleo e gás. Ambas são grandes produtoras de adubos e fertilizantes. Nossa agricultura é dependente dessas importações, principalmente da Rússia. O país está focado em realizar um conflito rápido com objetivo de desestabilizar o atual governo ucraniano. Entretanto, a resistência ucraniana com apoio do ocidente poderá prolongar essa guerra. Ou seja, há muita incerteza em relação ao tempo que esse conflito vai durar. Esse possível prolongamento afetará as cadeias de abastecimento, gerando escassez de oferta e mais pressão altista de preços.
A guerra poderá beneficiar inicialmente as atividades exportadoras de manufaturas e em especial commodities. Entretanto, o combate ao atual processo inflacionário poderá ser mais desafiador e, com efeito, teremos que conviver com uma taxa de juros Selic elevada por um bom tempo.
Em termos de investimentos, é importante diversificar em fundos de renda fixa pós-fixada e variável. O primeiro investimento se beneficia dos juros elevados e protege da taxa de inflação. A renda variável está muito depreciada e apresenta uma boa oportunidade, no longo prazo, para o investidor o qual esteja disposto a aceitar maior volatilidade.