O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) é o primeiro dado dos IGPs a ser divulgado pela FGV no mês. Ele computa a variação de preços de produtos e serviços mais importantes para o produtor, o consumidor e a construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês atual. Por isso, a sua nomenclatura leva o número 10.
Na composição do indicador, o maior peso é atribuído ao índice de preços ao produtor amplo (IPA), denominado de “inflação do atacado pelos economistas e analistas de mercado, que representa 60%. O índice de preços ao consumidor (IPC) tem participação de 30% e o índice nacional de custo da construção (INCC) conta com 10%.
Sequência
O IGP-10 apontou taxa negativa nos meses anteriores: -0,69% em agosto, -0,90% em setembro e -1,04% em outubro.
Em novembro, o índice deu sequência as quedas e mostrou deflação de 0,59%. O número ficou em linha com a mediana das estimativas do mercado.
IGP-10. Fonte: investing.
Com esse resultado, a medida de inflação acumula alta de 5,70% no ano e de 5,55% em 12 meses e indicou tendência de queda em 2022. No mesmo período do ano passado, o dado subiu 1,19% no mês e acumulava avanço de 19,78% em 12 meses.
“Nesta apuração, os três índices componentes do IGP registraram avanço da inflação. O índice ao produtor apresentou queda menos intensa, dada a atual estabilidade dos preços dos combustíveis. No âmbito do consumidor, a inflação acelerou refletindo a alta dos preços dos alimentos. E, por fim, na construção civil, houve aumento mais forte nos preços dos serviços e da mão de obra”, afirmou em nota André Braz, coordenador dos índices de preços.
O índice de preços ao produtor amplo (IPA) caiu 0,98% em novembro. A principal contribuição para o resultado partiu de alimentos processados, cuja taxa passou de -1,47% para 0,08%. Já o índice de preços ao consumidor (IPC) teve alta de 0,67% neste mês. As principais contribuições partiram dos itens: gasolina (-7,09% para 0,56%), hortaliças e legumes (4,05% para 9,73%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,88% para 2,01%) e roupas (0,26% para 0,98%). O índice nacional de custo da construção (INCC) subiu 0,19% em novembro. Os três grupos componentes registraram as seguintes variações: materiais e equipamentos (-0,32% para -0,10%), serviços (0,27% para 0,43%) e mão de obra (0,25% para 0,40%).
Comentários
É preciso se ater aos dados antecedentes, pois eles dão sinais claros, salvo algumas exceções, de como serão os resultados finais. Funciona desse modo para o IGP-10 que precede o IGP-M e o IGP-DI e para o IPCA-15 que é considerado uma prévia do IPCA — o índice oficial de inflação. Esses são os principais indicadores que mensuram a elevação ou diminuição dos preços no país.
O IGP-M é o mais popular dos IGPs pelo histórico inflacionário do Brasil. Por ser divulgado quase no final do mês ele serve de referência para reajustes no mês seguinte. O indicador que engloba o período mensal completo é o IGP-DI.
Para terminar, os investidores começam a avaliar os impactos das diretrizes econômicas do governo eleito sobre a inflação nos próximos anos e será importante acompanhar a sua trajetória, uma vez que influencia diretamente na dinâmica de juros. A política monetária é o maior desencadeador dos movimentos maciços de euforia e medo no mercado financeiro.