Após romper a mítica barreira dos 100 mil pontos, para baixo, é claro, muitos se perguntam, se existe estratégia que possa ser uma saída ao investidor?
Com a surpreendente subida do Ibovespa até os 120 mil pontos no primeiro trimestre, a nossa B3 (BVMF:B3SA3), agora amarga a faixa de 96,5 mil (fechamento do último pregão na sexta-feira, 15 de julho). Com incertezas fiscais, conflitos, juros altos em mercados desenvolvidos e uma inflação global mais persistente, muitos investidores viram suas apostas sangrarem.
No 1T22, a bolsa brasileira foi positivamente afetada pela apreciação das commodities com o advento do conflito geopolítico entre Rússia e Ucrânia. Do ponto de vista macro, já vínhamos de um cenário de uma forte injeção de liquidez no mercado das principais economias a fim de lidar com o coronavírus e as políticas de restrição. Assim, sendo as commodities um grande veículo de inflação, com a sua forte apreciação, os bancos centrais ao redor do mundo se viram obrigado a realizar um movimento de aperto monetário para tentar conter a alta generalizada dos preços.
Hoje, a conta chegou, as expectativas de crescimento mundial reduziram drasticamente trazendo consigo um receio forte de recessão e ocasionando uma aversão a risco quase generalizada.
Como o Brasil já começou esse movimento de aperto monetário antes (em março de 2021), hoje estamos muito mais próximos do final desse ciclo de apreciação dos juros, com dados econômicos vindo com frequência mais aquecidos, mostrando que existe uma grande possibilidade de observarmos um crescimento nesse ano, ainda que em um primeiro momento um crescimento com ares artificiais, dado os recentes estímulos aprovados pela "PEC Kamikaze".
De qualquer maneira, o ponto de inflexão na visão de especialistas é a impressão de estarmos perto de um final de ciclo. O IBOV tem brigado entre os 100 e os 98 mil pontos desde o final de junho, o que mostra que o mercado está em um grande compasso de espera para definir um movimento, o que acaba abrindo grandes janelas de oportunidade, sobretudo para investidores que avaliam um horizonte de longo prazo.
Há quem fale em ativos em promoção, porém, o cenário do segundo semestre segue com incertezas e volatilidade alta, tendo em vista a eleição brasileira que se aproxima e os recentes acontecimentos agravando mais a polarização da disputa presidencial. A dica agora é ter parcimônia e estratégia para escolher os ativos que estarão em sua carteira, visto que praticamente todos os setores da bolsa, vem sofrendo perdas expressivas desde o fim de junho.
Alguns destaques ficam para commodities, que carregam variações positivas como milho. Desde 13 de junho, quando a China anunciou que vai assinar acordo de quarentena para importação do milho brasileiro.
A soja, apesar de ter sofrido desde o começo de junho deste ano, ainda acumula ganhos no acumulado desde junho de 2020. O Brasil, tido no mundo como uma das maiores potências agrícolas, pode favorecer não só o abastecimento, como também os investimentos nesse ativo tão importante para nossa economia e do mundo.