E hoje, dia 18/05, o IBOVESPA fechou com alta de 4.69%, impulsionado com ares um pouco otimistas lá de fora e "alguma" estabilidade por aqui no noticiário político.
Um bom começo. Ainda mais depois de toda turbulência que temos passado nos últimos dias.
Recapitulando:
Depois da violenta queda no IBOVESPA (46%) causado pela COVID-19, o mercado começou a buscar alguma recuperação.
E quando tinha recuperado do ponto mais baixo da queda (pouco acima de 61700) e estava na casa dos 80000, uma bomba: a saída do ministro Sergio Moro.
O mercado precificou a queda e a bolsa voltou para a tocar em patamares de 72000 e fechou por volta de 75000 - queda de 6.58%.
A demissão do Ministro da Saúde, Luis Henrique Mandetta na semana anterior causou uma queda de 2.61%
No fim da semana passada, mais uma queda de 2.10% no pedido de demissão de Nelson Teich, outro ministro da saúde.
Tudo isso vai trazendo instabilidade no índice, e não permite que a bolsa tome uma direção mais definida...
Mas o que pode vir pela frente?
Tecnicamente falando, os indicadores mostram que o IBOV ainda flerta com novas quedas - as médias móveis mais curtas estão "olhando para baixo".
Fundamentos que corroboram para tal, também não faltam: qual a porta de saída da pandemia? Qual será a próxima guerra política? O Senado tem uma pauta (por hora, na gaveta) que pode prejudicar os bancos (parte forte do índice)...
Com isso, o sinal de alerta não se apaga.
Mas estes problemas seriam suficientes para jogar o IBOV em novos fundos?
Sinceramente, não parece o caso no momento: as quedas dos ministros da saúde tiveram baixa amplitude, o que pode indicar que o mercado já embutiu na queda "COVID-19" os impactos inerentes a saúde.
Como um exercício de comparação, a saída de Moro impactou 150% a mais o índice.
Os ministros "all star" têm um peso maior. Paulo Guedes - um nome que agrada o mercado (usando uma frase de um amigo meu: "peso de circuit breaker") - está seguro no cargo.
Mas o que podemos fazer nesse cenário?
Nesse cenário, é preciso ser criterioso nos ativos para comprar: sim, existem muitas boas empresas com preços atrativos de entrada. Olho nos fundamentos!
A renda fixa, maltratada pelos juros em 3%, também ainda tem os seus atrativos: títulos públicos e divida privada podem estar em sua carteira.
E não esqueçam dos hedge (dólar e ouro).
Nunca é demais em nosso conturbado ambiente.
Cuidado amigos!