A decisão da Vale (SA:VALE3) de paralisar as atividades nas barragens semelhantes às de Brumadinho foi muito bem recebida pelo mercado, que puxou quase 5% os ADRs da empresa em Nova York. Aqui, o pregão promete ser de alta para o papel, que conta com a complacência dos gestores, que acreditam que o atual nível de preços representa uma oportunidade de ganhos atraente. Considerando os fundamentos, porém, não está claro se a redução da produção da empresa, de cerca de 40 milhões de tonelada/ano, e os custos de cerca de R$ 5 bilhões para a desativação das barragens está completamente refletido nos preços atuais. Acrescente-se a essa redução da produção, os impactos nos fluxos de caixa futuros dos pagamentos de indenizações de Mariana (ainda não efetuados em sua totalidade) e de Brumadinho (que sequer foram dimensionados). Apesar da melhora da imagem da empresa junto ao mercado, o cenário para as ações da empresa continua extremamente desafiador.
Para o mercado doméstico, em geral, o cenário continua extremamente benigno para o real e o Ibovespa, com sinais promissores nas privatizações e na reforma de previdência. A abertura do Ibovespa, com alta de 1,2 mil pontos, sinaliza a retomada do otimismo, que deve fazer com que o índice busque novos recordes. O reinício dos trabalhos no Congresso, a partir de sexta-feira, deve fazer com que o calendário da reforma previdenciária seja ajustado. Além disso, os resultados das empresas deve turbinar o otimismo e já começou com a forte alta do lucro trimestral do Santander (SA:SANB11), que bateu R$ 3,4 bilhões.
O Ibre divulgou o IGP-M de janeiro, em 0,01%. O IPA caiu novamente e ficou em -0,26%. O IPC subiu para 0,58%, refletindo a sazonalidade, com destaque para os alimentos que subiram 0,94%. A perspectiva para os juros se mantém positiva, com viés de queda para os juros mais longos. Esse é um dos principais fatores que deve impulsionar a valorização dos ativos brasileiros nesse trimestre. Na semana que vem o Copom se reúne e deve confirmar esse cenário mais dovish para a SELIC e os juros longos.
Nos EUA, a reunião do FOMC de hoje é, mais uma vez, considerada importante para a sinalização dos juros, dentro do processo de normalização da política monetária, levado a cano pelo FED. J.Powell fala à imprensa às 17:30 hs e espera-se que ele indique um caminho muito suave para os juros nos próximos meses, dado que os temores em relação aos riscos de uma recessão estão aumentando a cada dia. As negociações em torno da guerra comercial EUA x China também começam hoje e o mercado espera progressos. Os resultados corporativos continuam sendo fonte de incerteza, já que várias empresas podem sinalizar perda de receitas com a China, como foi o caso de Caterpillar. A Apple (NASDAQ:AAPL) apresentou seus resultados ontem suas ações subiram 5,5%, apesar da sinalização de vários pontos fracos, dentre os quais se destacaram as vendas na China.
O dólar futuro abriu em queda de 7,5 pontos e o índice futuro estavam com alta de 1,2 mil pontos.