A empresa que três meses atrás valia mais que o PIB da Austrália; agora se prepara para valer tanto quanto todas as ações listadas na Alemanha - ou US$ 2,5 trilhões. O resultado do primeiro trimestre fiscal da NVIDIA (NASDAQ:NVDA), divulgado ontem à noite, coloca a fabricante de chips na vanguarda da Inteligência Artificial após números melhores que o esperado.
São mais de US$ 26 bilhões de receitas e um salto de 645% no lucro líquido, para US$ 14,9 bilhões. Olhando para frente, a Nvidia prevê faturamento de US$ 28 bilhões para o próximo trimestre, com a IA generativa se expandindo para empresas de consumo e setores específicos, como automotivo e de saúde, o que cria várias verticais de negócios.
Trata-se de algo que parece intangível para muitos. A começar pelo Ibovespa, que se movimenta ao largo dessa revolução tecnológica e está mais refém das doses de estímulo vindas dos bancos centrais. Ontem, porém, o Federal Reserve jogou um balde de água fria nos mercados.
O documento manteve o tom duro (“hawkish”) e indicou que o Fed não tem pressa em cortar os juros, diante da preocupação com a inflação. Tal postura se contrasta com a visão mais branda (“dovish”) dos investidores e põe em xeque a expectativa de queda na taxa em setembro. A probabilidade está em torno de 50%.
Na hipótese mais otimista, o mercado passou a projetar apenas um corte nos juros dos Estados Unidos neste ano. Na pior, nenhum. Mas os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram animados com o balanço da Nvidia. Aqui, os investidores seguem assustados com os comentários na véspera do ministro Fernando Haddad (Fazenda).
Fica claro porque mais de 800 mil brasileiros tinham, somados, R$ 1,1 trilhão investidos no exterior ao final de 2023. Desses, quase 50% tinham ações de outros países, em especial dos EUA, e 15% tinham fundos de índice (ETF) lá de fora. Como diz o ditado, quem não tem cão, caça como gato. Afinal, melhor se virar como puder, a ter dor de cotovelo.