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Ibovespa (IBOV): desempenho do principal índice acionário brasileiro em janeiro

Publicado 26.01.2023, 15:29
IBOV
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ALPA4
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BEEF3
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AMER3
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B3SA3
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CSNA3
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MGLU3
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SMTO3
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HAPV3
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BRAV3
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CMIN3
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RAIZ4
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O mês de janeiro marca o início do governo Lula, o presidente já governou o país em outras duas oportunidades (2003 a 2011). O ponto central é o viés de maior intervenção estatal sobre a economia, pelo menos no discurso e nas propostas, do que na administração anterior de Jair Bolsonaro.

O mercado aguarda a nova proposição do arcabouço fiscal para o país. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a medida deve ser enviada ao Congresso Nacional ainda no primeiro semestre. Os pontos de atenção são referentes à trajetória da dívida pública e ao possível impacto do aumento dos gastos públicos na inflação.

Outros fatores, além do aumento dos gastos pelo Estado, exercem influência nas medidas de preços, como, por exemplo, a capacidade produtiva local e o entesouramento. Assim sendo, os agentes financeiros adicionam expectativas negativas ao prêmio de risco quando há desconfiança de alguma das variáveis. O que tem consequências nos juros e no mercado acionário.

A reforma tributária também entrará no radar dos investidores, a alteração na tributação sobre o consumo deve ser apreciada pelos legisladores no primeiro semestre, e as modificações relativas à renda devem ser avaliadas na segunda metade do ano, de acordo com o ministro.

As instituições financeiras revisaram a projeção da Selic por algumas vezes nos últimos relatórios Focus do Banco Central. Há quatro semanas, a mediana das estimativas apontava a taxa básica de juros em 11,75% no final deste ano. Agora, a expectativa é que encerre 2023 em 12,50%. O índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA) teve a previsão saindo de 5,17% para 5,39% no mesmo intervalo.

Até o dia 20 deste mês, o índice de referência do mercado de ações no Brasil, o Ibovespa, sobe 2,10%.

Abaixo, o desempenho do Ibov em janeiro dos últimos 10 anos, foram 4 meses de ganhos e 6 de perdas.

Jan/2022 (+6,98%)

Jan/2021 (-3,32%)

Jan/2020(-1,63%)

Jan/2019(+10,82%)

Jan/2018 (+11,14%)

Jan/2017 (+7,38%)

Jan/2016 (-6,79%)

Jan/2016 (-6,20%)

Jan/2014 (-7,51%)

Jan/2013 (-1,95%)

Os destaques até o dia vinte de janeiro na ponta positiva e negativa da carteira teórica são:

Maiores altas:

Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) +39,42%, 3R Petroleum (BVMF:RRRP3) +29,19%, Csn (BVMF:CSNA3) +22,54%, Minerva (BVMF:BEEF3) +19,68% e Csn Mineração (BVMF:CMIN3) +15,93%.

Maiores baixas:

Americanas ((BVMF:AMER3) -92,64%, Alpargatas (BVMF:ALPA4) -14,39%, Hapvida (BVMF:HAPV3) -13,78%, Raízen (BVMF:RAIZ4) -12,03% e São Martinho (BVMF:SMTO3) -11,20%.

A Americanas surpreendeu os seus acionistas no dia 11 de janeiro, como amplamente anunciando pela mídia, após admitir uma inconsistência contábil de R$ 20 bilhões no balanço — sendo que a Justiça acatou o pedido de recuperação judicial cuja dívida pode superar os R$ 40 bilhões. A companhia apresenta a maior queda, disparada, do índice no mês corrente. Essa foi a notícia de maior relevância entre as principais empresas listadas na bolsa brasileira no início do ano. A B3 (BVMF:B3SA3), inclusive, informou que excluiu a ação da Americanas de todos os índices de que faz parte. Ou seja, o papel sairá, também, da composição do Ibovespa.

Como abordo frequentemente, esses eventos inesperados servem de alerta aos investidores em relação à importância da diversificação, tanto entre setores quanto em classes de ativos e geografias. Ação não é apenas um ticker na tela do computador, é um negócio real. Sendo assim, as adversidades são inerentes a sua gestão e atividades.

No lado oposto, a Magazine Luiza tem a maior valorização do período. Há uma visão por parte de alguns analistas que o ativo possa estar descontado e, talvez, venha a se beneficiar do enfraquecimento das Americanas. Embora ressalto que o cenário ainda é bastante desafiador para as varejistas.

O ano só está começando, a intensidade da desaceleração econômica global prevista, bem como o comportamento da inflação e a dinâmica de juros que será estabelecida pelos Banco Centrais neste ano devem ditar o ritmo da precificação nos mercados globais. Por aqui, os ruídos e as decisões vindo de Brasília podem adicionar volatilidade nos ativos de risco.

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