As últimas semanas foram bastante movimentadas no mercado brasileiro. O mês de maio foi marcado pela alta do nosso Ibovespa, que bateu a marca de 129 mil pontos na quarta-feira. Contudo, será que estamos realmente no pico?
De acordo com o estrategista da XP Investimentos, Fernando Ferreira, o Ibovespa está deflacionado quando olhamos IPCA e outros indicadores. Segundo o analista, é preciso que o índice suba cerca de 20% para chegar ao pico de 2008. Se considerarmos o IGP-M, a alta precisa ser superior a 50% para chegarmos ao topo.
Porém, para que o cenário positivo se concretize e a bolsa possa bater novos recordes, alguns fatores precisam ser confirmados. Um deles, por exemplo, é o ciclo das commodities. Alguns analistas dizem que o ciclo atual deve durar cerca de dois anos, porém, há a possibilidade de que ele evolua e permaneça durante cinco ou seis anos.
Diante disso, olhar para o setor é fundamental, pois a bolsa brasileira ainda é bastante dependente dessas empresas, que correspondem a cerca de 36% do nosso índice. Se tirarmos este fator do mercado no Brasil, segundo Fernando Ferreira, nossos ativos estão relativamente caros.
Neste sentido, é preciso ficar atento a este movimento, que certamente será afetado pela retomada econômica mundo afora. Vale lembrar que ainda temos estímulos sendo lançados mensalmente nas economias pelo Banco Central Europeu e Federal Reserve, algo que sem dúvida ajuda a inflacionar o preço de ativos e insumos.
Por outro lado, o pacote de infraestrutura americano também é outro ponto que deve ficar no radar do investidor brasileiro. Caso ocorra de fato, as commodities possivelmente serão beneficiadas e podem puxar o nosso índice para cima.
Algumas áreas e casas de research falam em um Ibovespa em 145 mil pontos ainda em 2021.
Mas isto é de fato possível?
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Em meio ao barulho gerado pela pandemia e pela CPI da Covid, muitos investidores acabaram não olhando para questões como o Orçamento de 2021, PEC Emergencial e redução da dívida/PIB. Todos esses pontos evoluíram nos últimos meses e podem ser drivers importantes para o Ibovespa bater novos recordes.
Esta semana, por exemplo, o PIB do primeiro trimestre de 2021, divulgado pelo IBGE, registrou crescimento de 1,2% e várias casas de análises começaram a rever suas projeções.
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O fluxo de recursos estrangeiros que entra no país também melhorou e o real foi a moeda com os melhores resultados frente ao dólar no mundo todo durante o mês de maio.
Para que este movimento permaneça, é importante que o ritmo de vacinação aumente e se mantenha em níveis elevados nos próximos meses.
Além disso, um ponto para o investidor ficar atento diz respeito à inflação norte-americana. Caso ela não seja transitória, como afirma o Federal Reserve, os Bancos Centrais possivelmente vão retirar estímulos e o mercado lá fora pode sofrer uma correção, oferecendo pontos de entrada mais atrativos.
De forma resumida, acredito que ainda há espaço para que a bolsa suba. Contudo, existem diversos fatores que podem provocar ruídos e prejudicar os investidores. É preciso ter atenção para não ser pego de surpresa.
Bons negócios!