Na manhã de hoje o BCB divulgou o índice de atividade da Autoridade Monetária, o IBC-Br, e este veio muito bom. Segundo os dados coletados pelo BCB a atividade subiu em fevereiro 1,7%, a décima alta consecutiva do indicador e a maior alta para o índice desde julho do ano passado. Um resultado expressivo e que fez a variação do trimestre encerrado em fevereiro avançar 3,13%.
No entanto, cabe aqui registrar dois aspectos importantes e que têm como objetivo ter uma compreensão melhor do fenômeno econômico recente. Em primeiro lugar vale notar que os dados de confiança já mostram que março foi um mês muito ruim, seja pela piora da pandemia, seja pelo aumento de leis que impuseram afastamento social no mês. isto nos faz crer que os dados de março tende a vir piores que os de fevereiro em todas as grandes pesquisas do IBGE (PMC, PIM e PMS).
Há, contudo, outro aspecto que já estamos alertando faz algum tempo e que o IBC-Br ilustra com exatidão. Dado o caráter exógeno e violento da crise econômica detonado pela pandemia, os modelos estatísticos de suavização temporal, ou seja, os métodos de neutralizar a sazonalidade dos indicadores, pode estar fortemente viesado.
Podemos ver isso com clareza nos dados. No primeiro gráfico temos as séries do BCB do IBC-Br, sendo em azul a série original (com os efeitos sazonais) e em laranja a série dessazonalizada, ou seja, que foi transformada pelas técnicas de suavização estatística. Repare que nos dados na ponta temos os dados originais relativamente estáveis, mas a série dessazonalizada apresenta forte alta.
No gráfico dois este processo fica mais evidente. Pegamos a série original e tiramos a média móvel de 12 meses (linha azul) e comparamos com a série dessazonalizada (linha laranja). Tudo indica que houve um ruído na estimação dos betas das equações utilizadas, muito provavelmente decorrente do choque exógeno da pandemia.
Isto é natural que aconteça. Para "limpar" este ruído da série seria necessário estimar alguma dummie para marcar o choque, mas não há consenso exato em como executar tal tarefa, logo por um princípio de simplicidade metodológica se opta por não limpar a série e deixar que o tempo se encarregue em limpar sozinho o ruído.
Se levarmos em conta a série original estamos ainda no vale da atividade como podemos no gráfico 2.
Esta informação é relevante porque aponta que a atividade não está de fato forte e isto corrobora com uma alta de juros mais contida. Vale notar que efeito similar ocorreu nos modelos de cálculo do PIB potencial e há meses os economistas travam uma discussão sobre o hiato do produto.
Mais uma questão para ficar no nosso radar.
No entanto, cabe aqui registrar dois aspectos importantes e que têm como objetivo ter uma compreensão melhor do fenômeno econômico recente. Em primeiro lugar vale notar que os dados de confiança já mostram que março foi um mês muito ruim, seja pela piora da pandemia, seja pelo aumento de leis que impuseram afastamento social no mês. isto nos faz crer que os dados de março tende a vir piores que os de fevereiro em todas as grandes pesquisas do IBGE (PMC, PIM e PMS).
Há, contudo, outro aspecto que já estamos alertando faz algum tempo e que o IBC-Br ilustra com exatidão. Dado o caráter exógeno e violento da crise econômica detonado pela pandemia, os modelos estatísticos de suavização temporal, ou seja, os métodos de neutralizar a sazonalidade dos indicadores, pode estar fortemente viesado.
Podemos ver isso com clareza nos dados. No primeiro gráfico temos as séries do BCB do IBC-Br, sendo em azul a série original (com os efeitos sazonais) e em laranja a série dessazonalizada, ou seja, que foi transformada pelas técnicas de suavização estatística. Repare que nos dados na ponta temos os dados originais relativamente estáveis, mas a série dessazonalizada apresenta forte alta.
No gráfico dois este processo fica mais evidente. Pegamos a série original e tiramos a média móvel de 12 meses (linha azul) e comparamos com a série dessazonalizada (linha laranja). Tudo indica que houve um ruído na estimação dos betas das equações utilizadas, muito provavelmente decorrente do choque exógeno da pandemia.
Isto é natural que aconteça. Para "limpar" este ruído da série seria necessário estimar alguma dummie para marcar o choque, mas não há consenso exato em como executar tal tarefa, logo por um princípio de simplicidade metodológica se opta por não limpar a série e deixar que o tempo se encarregue em limpar sozinho o ruído.
Se levarmos em conta a série original estamos ainda no vale da atividade como podemos no gráfico 2.
Esta informação é relevante porque aponta que a atividade não está de fato forte e isto corrobora com uma alta de juros mais contida. Vale notar que efeito similar ocorreu nos modelos de cálculo do PIB potencial e há meses os economistas travam uma discussão sobre o hiato do produto.
Mais uma questão para ficar no nosso radar.