Os estrategistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) disseram, em uma nota enviada aos clientes, que a inteligência artificial (IA) poderia elevar as margens de lucro líquido corporativo nos EUA em cerca de 4% em uma década, de acordo com uma reportagem da Bloomberg publicada na quarta-feira, 17. Por outro lado, a emergente tecnologia não deve ter um impacto significativo sobre os lucros no curto prazo, devido a diversos fatores.
A IA foi mencionada 1.600 vezes durante as teleconferências de resultados do primeiro trimestre nos EUA
De acordo com a Bloomberg, os analistas do Goldman acreditam que a IA poderia impulsionar as margens líquidas corporativas nos Estados Unidos em 4% nos próximos dez anos. Em nota, os estrategistas do banco de Wall Street, liderados por Ben Snider, disseram que o emergente mercado poderia ser o principal suporte para os lucros empresariais no longo prazo.
Contudo, afirmaram que era pouco provável haver um aumento das margens no curto prazo, devido a diversos fatores, como recessão iminente, níveis elevados de estoques, inflação e juros.
A IA já vinha sendo discutida há um bom tempo no mercado, porém o lançamento do ChatGPT, da OpenAI, no ano passado, levou a discussão a um novo patamar. O sucesso sem precedentes do ChatGPT com o apoio da Microsoft (NASDAQ:MSFT) fez com que muitas empresas relacionadas à IA corressem para lançar seus chatbots e soluções de IA gerativas. Além disso, até mesmo empresas não relacionadas à tecnologia estão se apressando para aproveitar essa tendência por meio de aquisições e outros acordos.
De acordo com a análise da Bloomberg, a palavra "IA" foi mencionada aproximadamente 1.600 vezes por empresas americanas e europeias durante suas teleconferências de resultados do primeiro trimestre. O CEO do Google (NASDAQ:GOOGL), Sundar Pichai, entre outros palestrantes, mencionaram a IA cerca de 143 vezes em sua recente conferência I/O para desenvolvedores.
CEO da OpenAI defende regulamentação da tecnologia
Apesar de toda a euforia com a IA, os analistas do Goldman disseram que é difícil prever o impacto futuro do setor, devido a diversos fatores desconhecidos ao seu redor. Um deles é a regulamentação do mercado de IA.
"Além da incerteza em relação ao impacto eventual da IA na atividade econômica, a possível resposta de políticas governamentais à adoção generalizada da IA faz com que seja difícil prever o efeito líquido da tecnologia nos lucros corporativos no longo prazo", afirmaram os estrategistas do Goldman em nota.
Parlamentares americanos estão preocupados com os possíveis riscos da IA, o que ficou claro com a decisão de convocar o CEO da OpenAI, Sam Altman, para prestar um depoimento ao Congresso nesta semana. Durante a audiência, Altman instou os legisladores a regulamentar o setor de IA, citando o potencial revolucionário da tecnologia, que, no entanto, precisava de salvaguardas.
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Aviso: Este artigo foi publicado originalmente no portal The Tokenist.