A fala de Powell sobre a perenidade da inflação nos EUA foi o suficiente para azedar o mercado ontem, já ruim desde a abertura, por conta de temores renovados sobre mais uma variante da Covid-19.
Nada além do óbvio foi dito, em meio a um Federal Reserve com um número sempre crescente de membros finalmente acordando para a realidade de que a inflação não é temporária, enquanto o banco central e o governo americano não reverterem sua política de derrame de recursos na economia.
Na visão do Fed, ao dar certo entre 2009 e 2019, a injeção de liquidez era algo que poderia ocorrer quase que indefinidamente, porém, diferente do passado, tais injeções ocorreram de modo a inflacionar o valor dos ativos e não desvalorizar a moeda, levando à inflação, como observamos agora.
No depoimento na câmara e na leitura do livro Bege, Powell pode retomar o assunto de maneira mais direta e colocar um fim nas esperanças até infantis de alguns investidores de que o fluxo de liquidez vai continuar indefinidamente, o que muitos esperavam, após a recondução de Powell ao cargo.
Lael Brainard seria sim uma liderança muito mais dovish no Fed, porém, presidentes solitários não “fazem verão” em nenhum banco central, se não compuserem maioria absoluta, coisa que está prestes a mudar na instituição.
Localmente, as atenções se voltam à política, após uma série de resultados econômicos acima das expectativas e criando um contexto positivo ao Brasil, que não pode ser aproveitado exatamente pela expectativa criada no congresso.
A PEC dos precatórios foi aprovada na CCJ do senado e segue para o plenário, onde sem o Fundef, tende a ser aprovada e no STJ, o marco do saneamento segue em discussão, outro fator que traria recursos de infraestrutura ao país.
Por enquanto, as eleições prevalecem no cenário, infelizmente.
Atenção hoje ao ADP Employment, setor imobiliário e ISMs nos EUA e no Brasil, IPC-S de novembro, PMI de manufaturas e balança comercial.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na tentativa de deixar de lado as perdas da sessão anterior.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, em recuperação das fortes perdas da sessão anterior, com temores pandêmicos.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, com destaque ao cobre, platina e uma recuperação do minério de ferro.
O petróleo abre alta em Londres e Nova York, recuperando as perdas anteriores e na expectativa pela reunião da OPEP+.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -12,32%.
Indicadores
Câmbio
Dólar à vista: R$ 5,6227 / 0,26 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / -0,097%
Dólar / Yen : ¥ 113,44 / 0,239%
Libra / Dólar : US$ 1,33 / 0,135%
Dólar Fut. (1 m) : 5678,29 / 0,58 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 11,15 % aa (0,45%)
DI - Janeiro 23: 11,87 % aa (-0,08%)
DI - Janeiro 25: 11,49 % aa (-0,86%)
DI - Janeiro 27: 11,38 % aa (-1,64%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,8740% / 101.916 pontos
Dow Jones: -1,8563% / 34.484 pontos
Nasdaq: -1,5532% / 15.538 pontos
Nikkei: 0,41% / 27.936 pontos
Hang Seng: 0,78% / 23.659 pontos
ASX 200: -0,28% / 7.236 pontos
ABERTURA
DAX: 1,477% / 15323,15 pontos
CAC 40: 1,290% / 6807,85 pontos
FTSE 100: 1,389% / 7157,50 pontos
Ibovespa Futuros: -0,86% / 102268,00 pontos
S&P 500 Futuros: 1,15% / 4618,75 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: 1,378% / 16363,50 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: 1,18% / 96,92 ptos
Petróleo WTI: 4,37% / $69,11
Petróleo Brent: 4,43% / $72,36
Ouro: 0,51% / $1.783,83
Minério de Ferro: 1,27% / $102,53
Soja: 0,74% / $1.228,50
Milho: 0,79% / $573,00
Café: -0,26% / $233,25
Açúcar: 0,81% / $18,75