No mercado americano a última semana foi mais curta devido ao feriado do dia do trabalhador na segunda-feira, 5 de setembro. Todas as cotações de soja se valorizaram ao longo da semana. No contrato spot os ganhos foram de 2,97%. Já novembro, o mais negociado, a alta foi de 2,91%. Na média os contratos valorizaram entorno de 3%. As principais razões pelos ganhos são o dólar enfraquecido e o aumento da demanda.
A demanda se aproveitou do Dólar enfraquecido para se estocar. Os fundos buscaram se antecipar ao relatório de USDA e se beneficiaram com a soja mais barata devido ao fator dólar. Nos reportes semanais dos indicadores de demanda do USDA, os números foram expressivos e superaram as expectativas do mercado. Para a temporada 2016/17 22,5 milhões de toneladas de soja já estão comprometidas para venda. No mesmo período do ano passado esse número era de 16 milhões. Os principais motivos para esse aumento expressivo são a demanda mundial aquecida, principalmente puxada pela China e pela quebra de safra que tivemos no Brasil e na Argentina.
Nesta segunda-feira, às 13:00, o Departamento de Agricultura Americano (USDA, na sigla em inglês) divulga seu relatório mensal. O mercado espera que a produção americana seja revista para cima. Alguns especialistas afirmam que os americanos podem produzir mais de 112 milhões de toneladas de soja. O motivo do aumento, seria o clima, que está sendo ótimo e por aumento na área de soja e recuo na área de milho por questões de rentabilidade. O relatório deve ajustar a demanda e os estoques devido aos dados compilados nos últimos meses. Dificilmente a edição deste mês já considerará as recentes projeções climáticas para a safra sul-americana, mas o cenário econômico e a rentabilidade das culturas serão considerados para possíveis ajustes na previsão. O mercado está preparado, mas a diminuição dos estoques e aumento da demanda podem surpreender.
Segundo projeções americanas, safra sul-americana não deve ser afetada pelo fenômeno La Niña
A grande notícia que agitou o mercado brasileiro de soja nesta semana foi a divulgação do centro de previsão climática americano (CPC, na sigla em inglês) de que não projetava mais a ocorrência do fenômeno La Nina durante a safra brasileira de verão. É importante ressaltar que nesta semana somente o instituto americano revisou sua projeção para os próximos meses, mas sendo um dos mais respeitados, os mercados reagiram a notícia.
Na pratica, o estudo estatístico desenvolvido pela Apexsim aponta que tanto a safra mundial quanto a brasileira tendem a apresentar crescimento em anos em que não há ocorrência de nenhuma anomalia climática. Na última década, esta variação média em relação ao ano anterior foi de 7% na produção mundial e 8% na brasileira. Caso a ocorrência do fenômeno La Nina se confirmasse, a evolução esperada para a produção de soja seria de retração em relação ao ano anterior, sendo ainda mais aguda na safra brasileira.