Ao sintonizar a CNBC, o que se vê é o preço do bitcoin em destaque no canto inferior direito da tela, refletindo a popularidade da criptomoeda em meio à especulação crescente no mercado. O entusiasmo em torno do ativo tem base em fatores concretos, como o fato de Donald Trump ter nomeado figuras pró-cripto para cargos regulatórios.
A quebra do marco de US$ 100 mil na noite de quarta-feira deve estimular mais compras, já que o mercado frequentemente se concentra em números redondos, considerados marcos psicológicos importantes. Esse patamar pode oferecer suporte ao preço no curto prazo. Ainda assim, o rali do bitcoin parece sobrecomprado e pode estar prestes a enfrentar uma consolidação ou correção.
O gráfico mais recente destaca o aumento abrupto no preço do bitcoin até superar os US$ 100 mil. Em março de 2024, a criptomoeda apresentou um movimento semelhante, que levou os preços a níveis de sobrecompra. O MACD atual está ligeiramente acima do registrado em março, sugerindo um possível sinal de venda. Apesar do desempenho expressivo, a questão central permanece: quando ocorrerá a consolidação e qual será o novo limite superior antes do ajuste?
Atualização do mercado de ações
Conforme discutido anteriormente, o desempenho histórico do mercado em dezembro mostra que fundos mútuos frequentemente realizam rebalanceamentos anuais nesta época, o que pode adicionar pressão de venda. Embora recuos sejam esperados, o risco de correções mais amplas nas ações não pode ser ignorado.
Gestores de portfólio com alocações balanceadas entre ações e títulos precisarão ajustar posições, considerando o desempenho desigual este ano: ações tiveram ganhos expressivos, enquanto títulos apresentaram retornos negativos. Historicamente, a relação de preço entre ações e títulos varia de 1:1 a 2.5:1, mas atualmente está em 6.5:1, sugerindo um possível ajuste em direção à média.
No curto prazo, a forte valorização das ações em 2024 pode levar a vendas adicionais com os rebalanceamentos, mas a alta confiança dos mercados pode prolongar preços elevados até o final do ano.
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Ações versus títulos: um cenário extremo para investidores contrários
Investidores frequentemente diversificam entre ações e títulos. No momento, a relação de preço entre esses ativos está em níveis extremos, favorecendo ações. Embora gráficos indiquem a sobrevalorização relativa, investidores contrários precisam considerar outros fatores antes de realocar para títulos, especialmente porque essa tendência pode continuar por anos, como observado entre 2003 e 2006.
Com mudanças macroeconômicas, como cortes agressivos nas taxas de juros pelo Fed, os títulos poderiam superar as ações no curto prazo. Conforme lembrado pelas regras de investimento de Bob Farrell: os mercados tendem a retornar à média, movimentos extremos em uma direção levam a ajustes opostos e previsões consensuais frequentemente falham.
Outro alerta para o mercado
Nas últimas semanas, aumentaram os sinais de especulação nos mercados. Assim como o bitcoin cruzou os US$ 100 mil em meio a um frenesi de compras, outros mercados mostram comportamento semelhante.
O gráfico mais recente, da Sentimentrader, ilustra o aumento na razão entre ETFs alavancados longos e curtos, que atingiu o nível mais alto em cinco anos. Para cada dólar em ETFs curtos, há US$ 14 investidos em longos, refletindo um aumento de mais de 50% apenas no último mês.
Esse ambiente especulativo pode gerar ganhos rápidos, mas também aumenta os riscos de instabilidade quando os preços se distanciam de fundamentos sólidos.
Considerações finais
O bitcoin e os mercados de ações estão em territórios especulativos, com desequilíbrios e sinais técnicos sugerindo possíveis ajustes no curto prazo. Investidores devem monitorar os fatores fundamentais e gerenciar riscos em meio à crescente volatilidade.