A Vivara (BVMF:VIVA3) publicou um fato relevante na terça-feira, 11, anunciando um aditivo em seu acordo de acionistas.
O acordo libera 13,2% do capital da companhia para ser vendido no mercado em um futuro follow-on ou block trade (“leilão” de uma quantidade elevada de papéis de uma empresa).
A nova captação não somente abre espaço para um aumento na liquidez do papel no longo prazo como também deve injetar recursos para que a empresa acelere seus planos de crescimento — sejam eles orgânicos, sejam inorgânicos por meio de aquisições.
Entenda o que mudou
O analista aponta como principais mudanças no aditivo da Vivara:
- Redução das ações vinculadas ao acordo de acionistas de 57,9% para 39,7%.
Marcio Kaufman (filho do fundador Nelson Kaufman e ex-CEO) passa a ter aproximadamente 12,25% do capital da Vivara livre para a venda, enquanto sua irmã, Karina Kaufman, terá 0,75% e o atual CEO, Paulo Kruglensky, 0,2%. - Adição de cláusulas de lock-up: i) um lock-up de 2 anos para venda das Ações Não Vinculadas do Nelson; ii) o lock-up do Márcio é condicionado ao Nelson permanecer como um acionista da Vivara; e iii) um lock-up geral para as Ações Vinculadas do Nelson, Marina e Paulo Kruglensky (CEO) durante o prazo do Acordo.
- Regras para a venda das Ações Não Vinculadas, sendo que, caso a oferta supere o valor de R$ 500 milhões, deverá ser feita por meio de um follow-on.
- O novo acordo será válido por 15 anos e renovado automaticamente por mais 10 anos.
Nossa opinião
Um possível follow-on pode até gerar o que é chamado de “overhang”, que é exatamente um excesso de liquidez devido ao movimento dos investidores em querer vender suas posições para recomprá-las na oferta subsequente — ou seja, existe um “descasamento” entre oferta e demanda do papel.
Porém, o que o mercado realmente olha (ou pelo menos deveria) é para os benefícios que a oferta pode trazer aos resultados futuros da companhia.
E a visibilidade de crescimento para os próximos anos é algo que a Vivara já tem de sobra e que pode ser ainda maior com uma nova captação.
A empresa atua em um segmento (varejo de luxo) que é menos impactado pelo cenário macroeconômico, o que traz uma maior resiliência aos seus resultados.
Somado a isso, a empresa possui um sólido plano de crescimento para as suas marcas (Vivara e Life) por meio da expansão do número de lojas e ampliação de suas vendas digitais.
A Life (marca de prata), inclusive, já se tornou a segunda maior no mercado de joias brasileiro e é responsável pela abertura de grande parte das 50~60 novas lojas projetadas para 2022 — ano em que a companhia completa 60 anos.
A nosso ver, a marca Life segue sendo o foco da Vivara, tendo em vista o papel importante que possui em atrair novos clientes e que podem até se tornar futuros consumidores de produtos de tickets mais altos, como ouro e outros acessórios.
Desempenho das ações
As ações da Vivara sobem mais de +40% desde agosto deste ano, porém ainda é possível notar uma diferença entre o crescimento de seu lucro e a oscilação de seus papéis nos últimos anos.
Com grande visibilidade de crescimento para os próximos anos e negociando a apenas 15 vezes lucros, VIVA3 segue sendo uma das melhores oportunidades no varejo brasileiro.
Recomendação: Comprar