Após as quedas nos últimos dias, o que será que vem hoje? Até as 15:00, certamente, operaremos na expectativa da alta de juros por lá. E, após as 15:30, na “digestão” e interpretação do discurso de Jerome Powell.
A valorização do real ontem (o dólar à vista fechou cotado a R$ 5,3518 na venda) se deu por causa da força das commodities por expectativas melhores sobre a China. Isso, inclusive, ofuscou a situação do aumento dos juros americanos que vinha sendo a diretriz da semana passada. Mas hoje é um novo dia e vamos acompanhar de perto isso.
O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante seis rivais fortes, fechou ontem em alta de 0,66%, a 107,189 pontos. Esse, sim, seguiu a expectativa quanto à alta de juros por lá.
Nos EUA, hoje, sairá a tão aguardada decisão de política monetária e é consenso no mercado uma alta de 0,75. Indicadores macroeconômicos fracos reforçaram a visão de que a atividade econômica pode estar em processo de desaceleração. O índice de confiança do consumidor dos EUA, do Conference Board, recuou de 98,4 em junho a 95,7 em julho, bem abaixo da previsão do mercado. Mas a grande questão é se o banco central poderia encenar uma dramática reviravolta política e reduzir as taxas no próximo ano, caso a economia desacelere acentuadamente. Vamos aguardar o discurso de Powell, após sair a taxa de juros por lá. Taxas de juros mais altas nos EUA aumentam a atratividade da renda fixa norte-americana, estimulando conversão de moedas estrangeiras para o dólar, o que o valoriza.
Com relação a zona do euro, vários bancos estão projetando recessão, dentre eles o Credit Suisse (SIX:CSGN). Os problemas da região são: interrupções na oferta de gás e a incerteza resultante, que exigirá ajuste do lado da demanda; a inflação alta, que pesa nos gastos do consumidor; a retirada do apoio à política monetária do Banco Central Europeu (BCE); o aperto da liquidez global; e fraca demanda externa.
Bons negócios, turma.