A semana se arrasta para um fim melancólico do mercado financeiro.
O protagonista foi o dólar subindo próximo dos 4%. Os juros mais longos não ficaram atrás e abriram na mesma magnitude. O Índice Bovespa caminha para fechar inversamente com queda em torno de 4%.
O mercado financeiro definitivamente perdeu a paciência com o governo.
Após as eleições, o fim do mundo esperado, parecia papo de radicais capitalistas. O dólar ficou comportado, a bolsa ensaiou uma melhora.
Mas a lua de mel durou pouco.
A letargia desse governo, principalmente na definição da equipe econômica, sinaliza para o mercado financeiro que o mesmo não é prioridade.
Pior ainda, deixa a incerteza tomar conta dos investidores, pois estes não tem nenhuma sinalização de como serão as politicas econômicas, e acaba apostando no mais do mesmo.
Mais do mesmo que levou o país a crescimento perto de zero, desajuste fiscal e proximidade com um downgrade soberano.
Qualquer profissional sério de mercado, que mantem suas planilhas em dia, sabe que a cada dia o custo de um ajuste está mais caro e isso deve ser incorporado ao risco dos ativos.
A falta de politicas industriais, de tentativa de migrar para uma equipe mais técnica, torna o risco do investimento privado maior, que passa a exigir um retorno maior. Nada mais natural no mundo capitalista.
O reajuste dos combustíveis mostra como o governo lida com suas contas. Partindo do calculo inverso, ou seja, da inflação esperada, chega-se ao valor possível de reajuste para a Petrobrás. Resultado: em uma semana as ações PN da estatal caem cerca de 10%.
Como eu gostaria de ver em Brasília uma equipe técnica. Com mandato para realmente fazer o que é necessário e ajustar a economia. Acredito que não somente eu, mas todo o mercado financeiro.
Essa utopia parece muito distante!