CRESCIMENTO
Tivemos o tão aguardado dado de PIB brasileiro essa semana, o que posso dizer? Faço uso daquela letra do Rappa (música Auto-Reverse), no final o link da música:
Felizes, de uma maneira geral, geral / Estamos vivos
Esse é o sentimento! PIB do 3T17 teve um crescimento de 1,4% ante o 3T16! No ano acumulamos +0,6%. Nenhum espetáculo, mas Estamos vivos!
É bem verdade que ante o 2T17 houve quebra das expectativas que apontavam para +0,3% e veio +0,1%. Mas isso a meu ver é normal, afinal de contas:
Afinal de contas,
Somos luzes que faíscam no caos / E vozes abrindo um grande canal /Nós estamos na linha do tiro
Mas tão importante quanto crescer foi ver o avanço nos investimentos das empresas! Isso é muito relevante na minha humilde opinião! Pela primeiras vez em 15 meses que isso acontece!
Entre julho e setembro, a chamada formação bruta de capital fixo avançou 1,6%. Indústria e serviços cresceram, respectivamente, 0,8% e 0,6% em relação aos três meses anteriores. Já a agropecuária recuou 3%, porém, continua a vedete da economia brasileira, com uma alta de 14,6% no ano.
E veja que o PMI confirma isso, ou seja, que a indústria tem mostrado uma evolução positiva! Acima de 50 o indicador mostra que a indústria está se expandindo. O dado mais recente foi forte: 53,5!
Aí que ‘tá a mágica, meu irmão / Aí que tá o segredo, meu irmão
E só pra não deixar passar em branco, li que o nível de ocupação de aeronaves em outubro foi de 83,3% alta de 5,2% ante o mesmo mês do ano anterior. A reação esta concentrada no segmento de corporativa.
Mais um dado que reforça a tese de recuperação e uma dinâmica favorável de crescimento
CONFIANÇA
Descobrir o que liberta o sol
Que faz buraco
Furação do escuro, escuro, escura
Esquecer ao menos uma noite
O medo, o mal real que te insegura
Tivemos uma enxurrada dos importantes indicadores de confiança. Indicadores de confiança tendem a ser preditores de tendência de consumo e investimentos, por isso são tão importantes. Parece que conseguimos esquecer o medo, o mal real que nos insegura.
Confiança da Indústria avança – Segundo a FGV, a confiança da indústria teve um avanço de 2,7 pontos em novembro ante outubro. Essa é a quinta alta seguida, levando o indicador para 98,1 pontos, maior patamar desde fevereiro de 2014. O componente de situação atual cresceu 1,7 ponto para 97,2 pontos, enquanto o de expectativas aumentou 3,8 pontos para 99 pontos.
“A retomada da confiança industrial vem ganhando consistência nos últimos meses. A produção do setor vem crescendo e os estoques se ajustaram, um cenário virtuoso que se reflete nas decisões estratégicas de contratação de pessoal”, afirma Tabi Thuler Santos, coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV IBRE.
Confiança da Construção avança – Segundo a FGV, a Confiança da Construção subiu 1,1 ponto em novembro, atingindo 79,1 pontos, a sexta alta seguida do indicador. O gráfico mostra um avanço lento, mas um avanço!
A Confiança do Comércio e no setor de Serviços deu uma pausa – Segundo a FGV o ICOM recuou 0,1 ponto em novembro, para 92,4 pontos. Nos dois meses anteriores o índice havia acumulado uma alta de 10,1 pontos. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 0,1 ponto em novembro após 4 meses consecutivos de alta.
Diria que foi uma pausa pra respirar em ambos indicadores.
Indo aos 2 indicadores mais importantes a meu ver:
Confiança do Consumidor. A confiança do consumidor subiu 3,1 pontos em novembro, atingindo 86,8 pontos, o maior nível desde outubro de 2014.
Confiança Empresarial. A confiança empresarial avançou 1,5 em novembro ante outubro, para 91,8 pontos, retornando ao nível de maio de 2014.
Dados fortes e positivos! Voltando a patamares lá de 2014 quando a crise se acentuou.
O que me chama atenção é que “nunca antes na história desse país” a discrepância entre o otimismo com o futuro e a visão em relação a situação atual:
Outro indicador da FGV que corrobora isso é o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br). Apesar de apontar leve alta na última medição agora de novembro, o gráfico deixa claro que houve redução da incerteza quanto a economia nacional.
Seria a confiança na mudança em 2018?
#OREMOS!
INFLAÇÃO
Alguns highlights rápidos sobre inflação…afinal ela:
Tá aqui e agora no ar que rodeia
No som que nos cerca, no olho que vê
E não consegue tocar
Aí que tá o segredo, meu irmão
A gente teve também o dado do IPCA em outubro. Inflação deu uma acelerada pra 0,42% em outubro, mas no ano ainda bem baixa em 2,70% no ano. O gráfico abaixo mostra que a inflação determinada pelo mercado (cerca de 75% da cesta do IPCA) é que está benigna e puxando para baixo (+1,5% no ano). Os outros 25% do IPCA são determinados pelos preços regulados que estão rodando na casa dos 6,6%, bem mais alto.
Isso reforça a ideia de que estamos vivendo um momento único em termos de inflação conjuntural muito favorável.
E o que esperar de dezembro?
Vamos ter bandeira vermelha em nossas contas de luz em dezembro, mesmo com o início do período úmido, mas calma, vai ser a de patamar 1 quando cada 100 kWh custa um em R$ 3,00 .
O que isso quer dizer?
Que em dezembro teremos um recuo no custo extra na conta de luz, voltaremos para o patamar 1 da bandeira vermelha, devido a pequena evolução na situação dos reservatórios.
Pessoal do BTG (SA:BPAC11) calcula que uma redução em torno de 15 bps (0,15%) no IPCA de dezembro, ou seja, o IPCA que antes seria algo em torno de 0,45%m/m, agora deveria ser algo mais próximo de 0, 28%m/m. A redução da bandeira vai provocar em media uma queda de 4% na conta da luz em dezembro. Bom para o nosso bolso, bom para o carrego leve e suave de inflação no ano que vem.
Apesar disso, o gráfico abaixo do Itaú (SA:ITUB4) ajuda a mostrar que as expectativas inflacionárias estão muito bem ancoradas dentro da meta e 2018 tem tudo pra ser um ano benigno em termos de inflação.
EMPREGO
Emprego é bom e nós gostamos!
Pense em quanto impulso
Vem de tudo ao seu redor, seu redor
Pense tudo quanto pode ser melhor, ser melhor
Dado reportado essa semana foi bom. Pode ser melhor como diz a canção, mas segue mostrando evolução e isso é importante
Segundo o IBGE, a taxa de desemprego recuou de 12,4% para 12,2%, em linha com o esperado pelo mercado. A população desocupada (12,7 milhões) teve queda de 4,4% no confronto com o trimestre anterior e a população ocupada (91,5 milhões) aumentou 1,0% (868 mil pessoas a mais) em relação ao trimestre de maio a julho de 2017.
Tivemos 868 mil pessoas empregadas!
“tem que manter isso viu!”
Onde cresceu? Construção (2,5% ou mais 169 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (3,2% ou mais 311 mil pessoas) e Serviços domésticos (2,8% ou mais 173 mil pessoas).
CONCLUSÃO
Estamos crescendo com dinâmica boa; confiança segue firme apontando pra manutenção dessa melhora paulatina; inflação controlada com carrego positivo pra ano que vem o que por sua vez tende a segurar os juros. Ao menos em parte; empregos começam a ser gerados.
Tudo muito lindo: C O N J U N T U R A L M E N T E lindo.
Daqui pra frente só vejo dicotomia entre dados bons ou ok’s da economia, mas a política falando alto. Seja pela reforma da previdência, mas mais ainda pela eleição.
Porque a conjuntura muda, mas e a estrutura?
Apesar de coisas boas em nossa economia me preocupa a estrutura…não só reforma da previdência mas incentivos, tamanho do governo, produtividade do trabalhador. Discussões para 2018!