Guia Prático Para os Que Querem Acompanhar a Movimentação dos Pregões Pelas Redes

Publicado 30.08.2021, 11:13
B3SA3
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Se você é investidor e acompanha as plataformas de mídia sociais e influenciadores para investir na bolsa, leia esse guia até o final. Saiba também que você não está sozinho. De acordo com a pesquisa mais recente divulgada pela B3 (SA:B3SA3), 73% do público afirma aprender sobre investimentos por esses canais. Assim, hoje a principal fonte de aprendizado e informação sobre investimentos são os portais da internet, como YouTube e canais de influenciadores.

Com o número de investidores pessoas físicas tendo praticamente dobrado desde o início de 2020, fica a questão: foi a alta da bolsa que atraiu mais investidores ou foi a chegada de novos investidores que contribui para a máxima da bolsa? Ou ainda, com o tema ganhando cada vez mais relevância nos canais sociais, é o pregão que movimenta as redes ou são as redes sociais que movimentam o pregão?

Se tem uma resposta certa para essas perguntas, é difícil dizer. Mas, na semana passada, me reuni com pessoas referência de lados diferentes que compõem essa dinâmica para debater sobre o pregão movimentado pelas redes sociais. A conversa que tive na Expert XP com o Bruno Perini, investidor e educador financeiro que ganhou relevância como influenciador, e com o João Braga, sócio da Encore Asset com mais de 20 anos de mercado e que ganhou relevância nas redes como gestor twitteiro, deixou algumas lições:

1)    Você deve lucrar com a euforia, não fazer parte dela.

Essa lição vem de uma frase famosa de um dos maiores investidores do mundo, Warren Buffett; “Seja cuidadoso quando todos estiverem eufóricos”. Para isso, você deve fugir da manada. A forma mais eficiente de fazer isso é tendo o máximo possível de informação. Na conversa surgiu o termo WYSIATI, ácrono da frase em inglês “o que você vê é tudo que há”, que se refere ao seguinte viés: normalmente tomamos decisões baseadas na informação que temos disponível. Por isso a importância de buscar saber além do que todos estão vendo e comentando, fugir da manada e ser capaz de lucrar com a euforia da massa.

2)    Procure sempre ouvir quem discorda de você.

Na busca por expandir as informações que estão no seu campo de visão, você deve buscar ouvir quem discorda de você ou da informação que você tem. Por mais agradável que seja falar com quem concorda conosco, é importante que o investidor procure nas próprias redes quem tem uma opinião contrária. Talvez aquela pessoa esteja vendo algo que até agora não estava no seu radar. Você pode até continuar discordando dessa pessoa, mas esse ponto de vista diferente vai enriquecer a sua tomada de decisão.

3)    “Não adianta você esperar a economia melhorar para comprar ações. Quando a economia voltar, a Bolsa já vai ter subido muito.”

Essa lição menos intuitiva pode parecer um paradoxo para o investidor que está chegando, muitas vezes atraído para o mundo dos investimentos quando ouve sobre as novas máximas das bolsas. Quando a economia está passando por momentos difíceis, mas pessoas experientes, como gestores e investidores de sucesso, reforçam a perspectiva positiva e aproveitam o momento para aumentar seus investimentos em bolsa, talvez estejam vendo algo que você não está. Seja um nível de preço interessante ou uma perspectiva otimista de retomada, que pode vir acompanhada de oportunidades de ganho.

4)    Aprender a lidar com a constante insaciedade do investidor, que pode ficar ainda mais aguda com o efeito “mundo mágico” das redes sociais.

O investidor, por princípio, é um eterno descontente. Procurando o ponto mínimo de entrada e a máxima para vender, e, quando acha, ainda se arrepende de não ter colocado mais dinheiro. Esse sentimento de perda da oportunidade perfeita pode ser ainda mais agudo no mundo surrealista das redes sociais em que as pessoas só expõem as vitórias. Por isso, mais importante que o investidor buscar nas redes referências que prometam acertar todos os pontos ótimos, ou ficar frustrado quando ele mesmo não encontra, é manter uma estratégia que condiz com o nível de risco que ele está disposto a tomar e ter uma decisão de investimento bem fundamentada.

5)    Todos somos, de alguma forma, responsáveis para que informação e conteúdo de qualidade se sobressaiam frente a promessas falsas de retornos absurdos.

Com o assunto investimentos ganhando relevância e ibope, é muito comum ver promessas de retorno absurdos — que na sua maioria são falsas ou impossíveis de serem garantidas. Também pode parecer menos atraente em um primeiro momento seguir ou ter como referência alguém que te ensine a pescar ao invés de servir o peixe pronto na bandeja como “compre a ação X e ganha 1.000%”. A questão é que influenciar as pessoas já é uma responsabilidade enorme, e isso ganha uma proporção ainda maior quando se refere à administração do próprio dinheiro. Nesse ponto, o senso de comunidade das redes sociais cria uma responsabilidade coletiva para que a informação de qualidade e o conteúdo sério se sobressaiam frente às promessas falsas.

Trazer o tema investimentos para as redes sociais acelerou a educação financeira, dando mais poder e responsabilidade para todos os envolvidos. O nível de transparência e proximidade que o investidor pessoa física ganhou com esse fenômeno impulsionou o aprendizado e facilitou o acesso à informação. Que todos façam o melhor uso possível dessa ferramenta poderosa, para, assim, maximizar os retornos.

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