Guerra Comercial: O Fim que Não Aconteceu

Publicado 14.10.2019, 08:41

A semana anterior foi fortemente marcada pela expectativa tanto da divulgação de indicadores de inflação aqui e no exterior, como pelos pretensos avanços da guerra comercial entre EUA e China.

No lado político, as atenções se voltaram aqui aos avanços da cessão onerosa no Senado, que deu abertura para a votação da reforma da previdência no dia 22 em seu segundo turno.

Nos EUA, além dos desdobramentos da guerra comercial, o foco do Ceongresso americano continua no impeachment do presidente Trump após o pedido em público para que Ucrânia e China investiguem o filho de seu possível oponente à Casa Branca, Joe Biden.

É neste contexto que Trump viu sua janela de oportunidade para “operar” a guerra comercial como um ativo político diminuir, elevando assim a necessidade de uma solução mais imediata, mesmo que signifique pouca efetividade.

Os anúncios de Trump na sexta-feira (11/10) passavam a impressão de que o resultado não é crível, sendo um acordo mais protocolar do que efetivo, como uma ‘vitória pírrica’ para ambos os lados.

Há pouca informação na tal “fase 1” e para completar, os chineses atingiram em cheio as pretensões de apaziguar o atual cenário, ao dizer que precisam de mais conversas para então assinar tal fase.

Vendo o apoio dos eleitores não republicanos se esvair e com possibilidade real de avanço do impeachment, pois mesmo no próprio partido, Trump incomoda bastante o establishment, o presidente americano está em modo alerta acionado.

Como não pode mais culpar o Fed, pois o mesmo já sinalizou a possibilidade, ainda que cautelosa, de avanço nos cortes de juros, uma solução rápida da guerra comercial seria o ideal, porém os chineses parecem ter percebido o ponto fraco de Trump.

Para os investidores, resta a volatilidade. A possibilidade de um acordo, ainda que fraco animou os ativos na semana anterior e seria valioso para aliviar o peso do atual cenário e aumentar a propensão ao prêmio de maior risco, ainda mais com feriado nos EUA.

Com o atual revés, retornam as incertezas, a volatilidade nos ativos e a atenção de todos, novamente, às questões geopolíticas.

Do lado inflacionário, a ausência de pressões tem se mostrado global, abrindo espaço para os avanços de políticas monetárias frouxas e soluções diversas, muitas sem precedentes históricos, o que pode ser perigoso.

ABERTURA DE MERCADOS

A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com reveses dos pretensos avanços na guerra comercial e Brexit.

Na Ásia, o fechamento foi positivo, pelas conversas China e EUA.

O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries não operam pelo feriado de Columbus Day nos EUA.

Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao ouro e prata. O petróleo abre em queda, com o revés da guerra comercial na manhã.

O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4,88%

CÂMBIO

Dólar à vista : R$ 4,1097 / 0,04 %

Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,036%

Dólar / Yen : ¥ 108,13 / 0,120%

Libra / Dólar : US$ 1,26 / -0,876%

Dólar Fut. (1 m) : 4100,08 / -0,81 %

JUROS FUTUROS (DI)

DI - Julho 20: 4,55 % aa (-0,12%)

DI - Janeiro 21: 4,59 % aa (-1,29%)

DI - Janeiro 23: 5,59 % aa (-2,78%)

DI - Janeiro 25: 6,25 % aa (-2,95%)

BOLSAS DE VALORES

FECHAMENTO

Ibovespa: 1,9788% / 103.832 pontos

Dow Jones: 1,2074% / 26.817 pontos

Nasdaq: 1,3364% / 8.057 pontos

Nikkei: 1,15% / 21.799 pontos

Hang Seng: 0,81% / 26.522 pontos

ASX 200: 0,54% / 6.643 pontos

ABERTURA

DAX: -0,744% / 12418,51 pontos

CAC 40: -0,860% / 5616,74 pontos

FTSE: -0,668% / 7198,67 pontos

Ibov. Fut.: 1,91% / 103837,00 pontos

S&P Fut.: -0,320% / 2956,40 pontos

Nasdaq Fut.: -0,560% / 7815,00 pontos

COMMODITIES

Índice Bloomberg: -0,44% / 78,48 ptos

Petróleo WTI: -2,16% / $53,45

Petróleo Brent:-1,83% / $59,07

Ouro: 0,34% / $1.495,70

Minério de Ferro: -0,16% / $92,86

Soja: 0,82% / $15,92

Milho: 0,13% / $396,25

Café: 0,16% / $93,90

Açúcar: 0,56% / $12,46

Guerra Comercial: O Fim que Não Aconteceu

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