Por Pinchas Cohen
Enquanto o euro e a libra parecem ter completado a reversão bullish contra o dólar, qual moeda – ou talvez região – será uma aposta melhor? Talvez agora seja um momento apropriado para analisar o euro contra a libra. Além de determinar qual provavelmente irá ganhar mais contra o dólar, isso também pode ser um bom negócio frente às expectativas do aumento da inflação nos EUA com a política expansionista.
O ano de 2014 não foi bom para a economia europeia por três razões: Rússia, deflação e estagnação. O EUR/GBP ficou nas mínimas ao longo da maior parte de 2015, mas depois passou a ter uma tendência positiva que mantém desde então. Enquanto os problemas da Europa diminuem, o risco cresceu com o Brexit, o que colocou pressão sobre a libra.
No caso acima, após tocar no nível de 0,8000 no início de 2016, o par EUR/GBP cedeu de volta aos 0,7500 com a aproximação do referendo. O voto no Brexit disparou uma segunda perna para o rali.
No entanto, ao chegar perto dos 0,9500, ganho de 25% desde a votação do Brexit, o euro não conseguiu novas altas.
Isso pode ser por que os investidores de curto prazo ainda não veem um dano significativo de longo prazo para a economia do Reino Unido. Soma-se a isso, a noção populista de que todo o projeto da Zona do Euro está sendo questionado – com o sentimento britânico de “Leave” se espalhando por toda Europa – e de uma hora para outra o Reino Unido não parece tão arriscado como antes, particularmente quando comparado ao restante dos países europeus.
Isso foi confirmado na semana passada quando a possibilidade da vitória da candidata de extrema direita e eurocética Le Pen, combinada à demonstração de confiança pela indicada, e não eleita, primeira ministra do Reino Unido, Theresa May, que chamou votações antecipadas. Com os fatos, o EUR/GBP cedeu abaixo da sua linha de alta (em branco) pela primeira vez desde 2014. Ao fazer esse movimento, também completou um topo (linha vermelha). O par já havia caído abaixo da média móvel de 200 dias (amarelo) no fim de março, pela primeira vez neste movimento de alta.
Obviamente o sentimento do investidor de que a Le Pen já perdeu, com as pesquisas apontando para o centrista Macron na proporção 2 para 1, empurrou o par de volta acima da linha e do suporte de máxima de 10 meses. No entanto, o par não ameaça se aproximar da MM200, o que indica que ele está chegando ao seu limite.
Um movimento decisivo acima da média dos 200 dias, atualmente em 0,85946, ou abaixo da linha de alta de 0,83140, poderá dar um sinal se o par vai para uma terceira perna de alta, ou talvez afundar, potencialmente tanto quanto a altura do topo, entre 0,95 e 0,85. Esse movimento vai mostrar em números claros quem está à frente, União Europeia ou o Reino Unido.