A temporada de resultados do 4º tri em Wall Street começa com tudo nesta semana, com os investidores esperando um período instável de balanços, devido a temores com os planos de aperto do Federal Reserve.
Com o Nasdaq Composite sendo negociado em seus níveis mais baixos em meses, resultado da recente liquidação generalizada no setor de tecnologia, a maior parte do foco mais uma vez estará voltada ao chamado grupo FAAMG de empresas de megacapitalização.
Nessas circunstâncias, muita coisa estará em jogo quando as cinco maiores empresas de tecnologia que formam o grupo FAAMG (Meta Platforms (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34), Apple Inc (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), Amazon.com (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34), Microsoft Corporation (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34) e Alphabet (NASDAQ:GOOGL)(SA:GOGL35)) divulgarem seus respectivos resultados nos próximos dias.
Apresentamos a seguir o que esperar desta temporada de balanço do grupo FAAMG (em ordem aleatória).
1. Microsoft
- Data do balanço: Terça-feira, 25 de janeiro, após o fechamento do mercado
- Estimativa de crescimento do LPA: +13,8% ano a ano (YoY)
- Estimativa de crescimento da receita: +17,5% YoY
- Desempenho no acumulado do ano: -10%
- Capitalização de Mercado US$2,28 trilhões
A Microsoft (NASDAQ:MSFT), que superou as expectativas de receita e resultados de Wall Street por 18 trimestres consecutivos desde o 1º tri de 2017, deve registrar um lucro por ação (LPA) de US$2,31 em seu 2º tri fiscal, de acordo com as estimativas consensuais dos analistas, uma melhora de cerca de 14% em relação ao LPA de US$2,03 há um ano.
A receita deve cruzar a marca de US$50 bilhões pela primeira vez na história, alcançando a máxima recorde de US$50,6 bilhões, uma alta de 17,5% em relação ao mesmo período do ano passado, graças à forte demanda por seus produtos de computação na nuvem.
Dessa forma, os investidores se debruçarão sobre o crescimento do seu segmento de Intelligent Cloud, que abrange Azure, GitHub, SQL Server, Windows Server e outros serviços corporativos. A receita da Microsoft com nuvem comercial saltou 31% ano a ano, para US$16,96 bilhões em seu último trimestre, ao passo que a receita proveniente dos serviços Azure disparou 50%.
Os players do mercado também querem saber mais detalhes da aquisição que a companhia fez da gigante do setor de videogames Activision Blizzard (NASDAQ:ATVI) (SA:ATVI34) por US$68,7 bilhões, sua maior aquisição da história, no âmbito dos seus esforços para se tornar um grande player no emergente metaverso, visto como a versão da próxima geração da internet.
A MSFT, que acumula queda de 10% no ano, encerrou o pregão de terça-feira a US$302,65. Com uma capitalização de mercado de US$2,28 trilhões, a Microsoft é a segunda empresa mais valiosa do mundo.
Apesar da recente volatilidade, a gigante da tecnologia sediada em Redmond, Washington, ainda parece ser uma boa aposta para o futuro, em vista da robusta demanda por suas ofertas baseadas na nuvem e planos de entrar no emergente espaço do metaverso.
Não é de surpreender que 42 de 45 analistas pesquisados pelo Investing.com classificam o papel como “acima da média”, o que implica um upside de 22% em relação aos níveis atuais de US$368,52/ação.
Fonte: Investing.com
2. Apple
- Data do balanço: quinta-feira, 27 de janeiro, após o fechamento do mercado
- Estimativa de crescimento do LPA: +12,5% ano a ano (YoY)
- Estimativa de crescimento da receita: +6,3% YoY
- Desempenho no acumulado do ano: -4.4%
- Capitalização de Mercado US$2,77 trilhões
A Apple (NASDAQ:AAPL) divulgou números mistos de resultado e receita no trimestre anterior, em grande medida devido a problemas com sua cadeia de fornecimento. Em seu próximo balanço, previsto para esta semana, os resultados financeiros referentes ao importantíssimo período de festas de fim de ano serão acompanhados de perto.
Analistas esperam que seu LPA seja de US$1,89 em seu primeiro trimestre fiscal, saltando 12,5% em relação ao LPA de US$1,68 há um ano. A previsão de receita é de alta de 6,3% em relação ao ano passado, para US$118,49 bilhões.
Caso isso se confirme, essa seria a maior receita trimestral da história da Apple, graças à forte demanda por seus modelos de iPhone habilitados para a tecnologia 5G.
Dessa forma, Wall Street ficará de olho no crescimento da receita proveniente do iPhone, que saltou cerca de 47% ano a ano, para US$38,87 bilhões no último trimestre. Quaisquer atualizações sobre o crescimento dos negócios de iPad e Mac, que tiveram um crescimento de receita ano a ano de 21,4% e 1,6%, respectivamente, no último trimestre, também chamarão a atenção dos investidores, na medida em que a empresa enfrenta restrições de oferta geradas pela escassez global de chips.
Além disso, o vigoroso segmento de serviços da Apple, que inclui as vendas da App Store, bem como assinaturas de serviços de música e vídeo, garantias estendidas, licenciamento e publicidade, estará em foco, após registrar um crescimento de 25,6% na receita ano a ano em seu 4º tri fiscal.
A AAPL, que acumula queda de 4.4% em janeiro, encerrou o pregão de terça-feira cotada a US$169,80. Nos níveis atuais, a empresa sediada em Cupertino, Califórnia, tem uma capitalização de mercado de US$ 2,77 trilhões, o que a faz ser a companhia mais valiosa listada nas bolsas dos EUA.
Nossa expectativa é que essa tendência positiva continue nos próximos meses, diante do entusiasmo com os planos da empresa de desenvolver seu próprio veículo elétrico, bem como produtos de realidade aumentada e virtual voltados ao metaverso.
De fato, 35 de 41 analistas pesquisados pelo Investing.com estão otimistas com a ação da AAPL, prevendo uma valorização de cerca de 3% em relação aos preços atuais, até US$175,17.
Fonte: Investing.com
3. Google
- Data do balanço: Terça-feira, 1 de fevereiro, após o fechamento do mercado
- Estimativa de crescimento do LPA: +23,5% ano a ano (YoY)
- Estimativa de crescimento da receita: +26,6% ano a ano (YoY)
- Desempenho no acumulado do ano: -6.1%
- Capitalização de Mercado US$1,81 trilhão
A Alphabet (NASDAQ:GOOGL), empresa controladora do Google, superou facilmente as expectativas de receita e resultados no último trimestre, graças à ampla força do seu mercado de publicidade online. De acordo com analistas, as estimativas de lucro para seu 4º tri é de US$27,54 por ação, uma melhora de 23,5% em relação ao LPA de US$22,30 no mesmo trimestre do ano passado.
A previsão é que a receita atinja a máxima histórica de US$72 bilhões, aumentando cerca de 27% ante mesmo trimestre do ano passado, graças à disparada nos gastos com anúncios digitais.
Os investidores ficarão atentos às taxas de crescimento do Google no segmento de buscas e publicidade, que registraram alta ano a ano de quase 43%, para US$53,1 bilhões no trimestre anterior. A receita publicitária do YouTube saltou 43% ano a ano, para US$7,21 bilhões no último trimestre e também estará em foco.
Além disso, outro segmento que deve registrar um crescimento explosivo é a lucrativa plataforma Google Cloud, cujas vendas dispararam 45%, para US$4,99 bilhões, no 3º tri. A companhia tem investido pesado em seus negócios na nuvem para seguir no encalço do Amazon Web Services e Microsoft Azure.
O GOOGL teve o melhor desempenho no grupo FAAMG no ano passado, valorizando-se quase 65%. No pregão de terça-feira, suas ações fecharam a US$2.719,96. Nos níveis atuais, a empresa de Mountain View, Califórnia, tem uma capitalização de mercado de US$1,81 trilhão, o que a fazer ser a terceira empresa mais valiosa das bolsas de valores dos EUA.
Nossa expectativa é que a ação do GOOGL continue em firme tendência de alta no ano, graças à robusta demanda por seus inovadores produtos e serviços. De fato, os modelos quantitativos do InvestingPro apontam para um upside de aproximadamente 19% na ação do GOOGL para o valor justo de US$3.234,38.
Fonte: InvestingPro
4. Amazon
- Data do balanço: Terça-feira, 1 de fevereiro, após o fechamento do mercado
- Estimativa de crescimento do LPA: -73,5% YoY
- Estimativa de crescimento da receita: +9,7% YoY
- Desempenho no acumulado do ano: -4.7%
- Capitalização de Mercado US$1,61 trilhão
A Amazon.com (NASDAQ:AMZN), cuja receita ficou aquém das expectativas no 2º tri, forneceu projeções fracas para os próximos trimestres e registrou um LPA de US$3,73, uma significativa queda de 73,5% em relação ao LPA de US$14,09 do 4º tri de 2020, devido à difícil base de comparação ano a ano, escassez de mão de obra e maiores custos de remessa ocasionados por restrições na cadeia global de fornecimento.
A expectativa é que a receita salte menos de 10% em relação ao mesmo período do ano passado, para US$137,8 bilhões, enquanto o crescimento do comércio eletrônico provavelmente desacelerará diante das menores restrições causadas pela pandemia.
Além dos números de faturamento e resultado, os investidores ficarão de olho na próspera unidade de nuvem da Amazon para ver se ela mantém seu forte ritmo de crescimento. A receita do Amazon Web Services (AWS) cresceu 39%, para o recorde de US$16,1 bilhões no terceiro trimestre, cimentando sua posição de liderança no segmento, à frente do Microsoft Azure e Google Cloud.
A receita publicitária, que cada vez mais se torna outro importante vetor de crescimento da Amazon, também será acompanhada de perto. Embora a empresa não revele seus números de receita publicitária, eles estão incluídos na categoria “Outros” do seu relatório, que teve um crescimento de 50% no 3º tri.
A AMZN encerrou 2021 com uma valorização de apenas 2,4%, ficando bem atrás das outras ações do grupo FAAMG. Ela fechou a US$3.178,35 ontem. Com um valuation de US$1,61 trilhão, a companhia sediada em Seattle, Washington, é a quarta empresa mais valiosa listada na bolsa de valores dos EUA.
Apesar de o recente crescimento de lucro e vendas da companhia não ter conseguido impressionar os investidores, acreditamos que a Amazon está bem posicionada para continuar subindo nos próximos meses, considerando sua posição de liderança no e-commerce e no mercado de computação na nuvem.
De acordo com o modelo do InvestingPro, a ação da AMZN pode subir mais de 23%, fazendo com que se aproxime do valor justo de US$3.921,56. Analistas também continuam otimistas com o papel, citando expectativas de um repique no comércio eletrônico.
Fonte: InvestingPro
5. Meta Platforms
- Data do balanço: Quarta-feira, 2 de fevereiro, após o fechamento do mercado
- Estimativa de crescimento do LPA: -0,7% YoY
- Estimativa de crescimento da receita: +18,7% YoY
- Desempenho no acumulado do ano: -5.4%
- Capitalização de Mercado US$885 bilhões
A Meta Platforms (NASDAQ:FB), que divulgou resultados mistos para o 3º tri, aumentou seu programa de recompra de ações em US$50 bilhões e registrou um LPA de US$3,85, levemente abaixo do LPA de US$3,88 no mesmo período do ano passado.
O Facebook alertou que custos maiores e investimentos relacionados ao seu segmento de hardware e realidade virtual reduziriam o lucro operacional de 2021 em aproximadamente US$10 bilhões.
A previsão é que sua receita aumente cerca de 19% ano a ano, alcançando a máxima recorde de US$33,3 bilhões, graças à maior demanda de anunciantes e preços mais altos dos anúncios.
O ponto mais importante para os investidores são os planos da companhia de construir e desenvolver o metaverso, um mundo virtual no qual as pessoas podem interagir em um ambiente 3D.
Colocando em relevo a mudança no espaço digital, a Meta recentemente separou sua unidade Reality Labs, que foca em hardware de consumo, com dispositivos como os headsets de realidade virtual Oculus, em um segmento com números próximos a partir do quarto trimestre. A Meta também divulgará métricas de crescimento para várias famílias de aplicativos, incluindo Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp, pela primeira vez na história da companhia.
Comentários do CEO Mark Zuckerberg na teleconferência pós-resultados também serão acompanhados de perto, à medida que a plataforma de mídia social se afasta do seu modelo de negócio baseado em publicidade e se posiciona para um futuro cada vez mais digital.
O FB, que acumula queda de mais de 5% no ano, fechou a US$318,15 na terça-feira. Nos níveis atuais, a empresa de Menlo Park, Califórnia, está avaliada em US$885 bilhões, o que a faz ser a sexta companhia mais valiosa nas bolsas americanas.
Apesar da recente correção, nossa expectativa é que a Meta supere o desempenho do mercado mais amplo nos próximos meses. Embora os analistas estejam um pouco mais conservadores, os modelos quantitativos do InvestingPro apontam para um upside de 31% em relação aos níveis atuais de US$417,46.
Fonte: InvestingPro