Aparentemente bom, mas será que de fato é?
O grupo Carrefour (BVMF:CRFB3) anunciou no dia 11 de fevereiro de 25, conforme matérias publicadas pela Reuters, que o grupo pretende fechar o capital de sua subsidiaria brasileira. Segundo o grupo a decisão visa permitir que a gestão local foque exclusivamente nas operações essenciais da empresa, aumentando a agilidade e a eficiência operacional – ou seja, a ideia é consolidar a liderança no mercado brasileiro e potencializar a criação de valor para os acionistas.
Como o mercado reagiu?
O mercado reagiu de forma bastante positiva, logo após o anuncio, as ações dispararam – chegando a registrar altas de cerca de 10% no fechamento do pregão com picos que chegaram a 18,6% em alguns momentos. Esse movimento reflete a confiança dos investidores de que a medida permitirá uma gestão mais focada e ágil das operações essenciais, potencializando a criação de valor a longo prazo
O que acontece quando se começa a fazer contas?
No IPO, em meados de 2017, as ações foram lançadas a R$15. Se considerarmos os índices de inflação acumulados – que, segundo dados históricos do IPCA e usarmos valores aproximados para cada um:
(Por exemplo, cerca de 2,95% em 2017 | 3,75% em 2018 | 4,31% em 2019 | 4,52% em 2020 | 10,06% em 2021 | 5,79% em 2022 | 4,62 em 2023 | 4,83 em 2024).
Chegamos a um fator acumulado de 1,46.
“Explicações: no acumulado temos 40%, porém não é assim que se faz a conta. Exemplo, se temos duas inflações, uma de 3% e outra de 4%, para acumula-las precisamos das taxas decimais, ou seja, dividir por 100 e somar a 1 e fica: (1 + 0,03 = 1,03) x (1 + 0,04 = 1,04) = 1,071”
Logo a multiplicação dos fatores de 2017 a 2024 resulta em um fator acumulado de 1,46%. Isso significa que para comprarmos as mesmas coisas que compraríamos em 2017 com R$15, hoje precisaríamos desembolsar aproximadamente 21,95 (15 x 1,46 = 21,95).
Porem na proposta atual para fechar o capital, os investidores receberiam R$7,70 por ação. Se formos corrigir, é como se os investidores tivessem pago R$21,95 na compra, e vendessem por R$7,70, nesse caso a perda real é de aproximadamente R$14,30 por ação – ou seja, cerca de 65% de perda no patrimônio.
Lembrando que essa conta é baseada somente em valorização/desvalorização da ação e inflação, aqui não estou levando em conta a distribuição de proventos pela companhia.