- Resultados do 2T2019 serão divulgados na quarta-feira, 30 de janeiro, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$ 32,49 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$ 1,09.
Algo que os investidores iniciantes geralmente negligenciam é o fato de que empresas com muito caixa, ampla vantagem competitiva e serviços imprescindíveis são aquelas que estão em melhores condições de enfrentar qualquer situação adversa. Esse é o caso da Microsoft (NASDAQ:MSFT), que atualmente é a empresa mais valiosa do mundo por capitalização de mercado.
Embora suas ações tenham sido afetadas pela intensificação da queda do mercado mais amplo no último trimestre, a Microsoft ainda continuou sendo uma das poucas empresas de tecnologia de grande porte a mostrar aos investidores que veio para ficar.
Em vista da extrema volatilidade dos mercados no ano passado, além dos ventos contrários provocados pelos passos em falso na política, pelas guerras comerciais e por dúvidas em relação ao crescimento dos EUA e da economia mundial, as ações da Microsoft — que fecharam o pregão de sexta-feira cotadas a US$ 107,17— ainda conseguiram se valorizar 14% nos últimos 12 meses. Desde outubro, quando falamos sobre a Microsoft pela última vez, suas ações continuaram apresentando um desempenho acima do mercado mais amplo.
Acreditamos que essa força mais uma vez será confirmada quando a Microsoft divulgar seus resultados para o segundo trimestre do ano fiscal de 2019, no dia 30 de janeiro. A previsão de lucro por ação aumentou cerca de 14%, para US$ 1,09, em comparação com o mesmo período do ano passado. A expectativa é que as vendas disparem 12%, para US$ 32,49 bilhões, de acordo com a média das previsões dos analistas.
O principal ponto de atenção dos investidores será o desempenho da Microsoft no mercado cada vez maior da computação na nuvem, onde ela concorre com a Amazon (NASDAQ:AMZN) e a Alphabet (NASDAQ:GOOGL), empresa controladora do Google.
Segmento da nuvem impulsiona o crescimento
Até agora, a companhia tem se beneficiado da aposta feita há cinco anos pelo CEO da empresa, Satya Nadella, que investiu pesado em data centers e outras infraestruturas, a fim de ajudar clientes corporativos a executar aplicativos e armazenar dados. A Microsoft continua crescendo com força total nesse mercado, o que tem fortalecido sua receita operacional.
De fato, a expectativa é que o mercado de computação na nuvem cresça de US$ 285 bilhões, em 2017, para US$ 411 bilhões até 2020. Esse segmento sozinho é grande o bastante para impulsionar o crescimento da receita da Microsoft pelos próximos três ou quatro anos, de acordo com executivos da companhia.
A Microsoft, que opera o maior negócio na nuvem depois da Amazon, pode ver sua receita operacional crescer 18%, em comparação com o crescimento de 13% na receita no mesmo período do ano passado. Além disso, esse padrão deve continuar no trimestre de março, de acordo com estimativas de Wall Street.
Os sólidos dividendos e o excelente histórico de pagamento de proventos da Microsoft tornam a empresa ainda mais atraente para se investir em períodos de incerteza econômica. Desde 2004, quando essa gigante da tecnologia começou a distribuir dividendos, seus proventos mais do que quadruplicaram. Atualmente, o dividend yield anual da Microsoft é de 1,7%, o que corresponde a um dividendo trimestral de US$ 0,46 por ação.
As empresas que pagam dividendos de forma regular geralmente têm melhores condições de resistir à pressão baixista do que as que não o fazem. De fato, as ações pagadoras de dividendos são menos voláteis em um mercado de baixa, já que oferecem uma fonte de renda recorrente aos acionistas. E o crescimento dos dividendos da Microsoft tem se apoiado no aumento do fluxo de caixa livre e em um payout ratio baixo, de 40,62, o que significa que ainda há bastante espaço para os proventos crescerem.
Resumo
Diante dos temores dos investidores com as perspectivas econômicas mundiais e a longevidade do prolongado mercado de alta, os fundamentos da Microsoft fazem com que a empresa seja uma aposta segura no setor de tecnologia. Os consumidores podem até parar de comprar PCs, tablets e celulares se alguns dos piores temores com a economia se confirmarem em 2019, mas é improvável que grandes corporações cortem suas despesas em infraestrutura essencial de TI, como a nuvem.
Acreditamos que os resultados da Microsoft continuarão fortes, à medida que a empresa expande sua participação de mercado no segmento de computação na nuvem, mantendo, ao mesmo tempo, sua posição de liderança em antigos produtos de software, como o Windows e o Office. Essa vantagem ajudará a companhia a atingir um crescimento sustentado de dois dígitos em receita, lucro por ação e fluxo de caixa livre, o que a torna uma ação de tecnologia confiável para se investir no longo prazo.