Os índices futuros dos EUA se recuperavam no início da sessão europeia e estavam em alta antes da divulgação do relatório de empregos nos EUA. Não há fundamentos por trás desse movimento, sugerindo que o repique provavelmente foi motivado por realização de lucro de vendedores desde ontem. A semana começou com uma forte alta, que acabou desaparecendo em seguida.
No último pregão da semana, pode ser que haja um forte movimento, possivelmente para baixo, em vista do vigor das taxas dos títulos dos EUA e de comentários rígidos do Fed. Pode ser uma boa notícia um relatório de empregos fraco, já que isso desencorajaria o Fed a seguir elevando os juros. Mas, se o relatório de empregos for razoável, o aperto deve continuar firme. Com isso, o relatório melhor do que o esperado ou não tão ruim pode resultar em novas vendas de ações.
Antes dos dados de emprego, os principais índices dos EUA enfrentavam um dilema. Depois de um rompimento falso da média móvel exponencial de 21 dias e da zona de resistência de 3808/10 pontos no meio da semana, o S&P 500 voltou a testar o suporte em torno de 3735 (antiga resistência), onde repicava nesta manhã. A ação dos preços, assim, continua contida em uma consolidação estreita, em que nem compradores, nem vendedores querem se comprometer. E isso não é de surpreender, em razão do risco do relatório de empregos.
Taticamente, podemos nos preparar para ambos os cenários, sendo que o de baixa parece ser mais provável, já que estamos em uma tendência de queda de longo prazo. Mas, em vista do rali do início da semana e do fato de o índice não se firmar abaixo da mínima de junho, é possível que tenhamos visto um fundo de curto prazo no S&P. É por isso que os vendedores devem respeitar a ação dos preços, ainda que os riscos macro apontem para baixo.
Com isso em mente, um rompimento abaixo da mínima de 3686 seria a confirmação de que o mercado quer reverter para baixo. Por que a mínima de terça-feira, você pode estar se perguntando. Bem, na terça-feira, o mercado subiu forte. Não há razão para ir abaixo da faixa de negociação desse dia, se o mercado deseja continuar subindo. Portanto, um rompimento para baixo provavelmente forçará os compradores que acumularam posições no início da semana a fechá-las. Isso resultará em uma pressão ainda maior de vendas e um movimento de queda em razão do desequilíbrio.
Traders agressivos que (geralmente) não gostam de esperar uma confirmação devem ficar de olho na resistência de curto prazo em torno de 3758. Se virmos sinais de fraqueza por aí, principalmente após o relatório de empregos, isso pode abrir espaço para um movimento em direção à mínima de terça-feira a 3686.
Em termos de resistência acima de 3758, não há níveis óbvios no gráfico diário até a região de 3808, onde o índice não conseguiu se firmar nesta semana. Além desse nível, há o ponto de origem do último rompimento a 3846.
A capacidade de o mercado atingir esses níveis de resistência dependerá do relatório de empregos nos EUA e do vigor das taxa dos títulos. Se as taxas não caírem rápido, é pouco provável, em minha visão, que os compradores demonstrem muita disposição para entrar com agressividade. Se, por outro lado, as taxas subirem mais, os vendedores terão um ímpeto maior para continuar empurrando esses mercados para baixo.
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