Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com
Nesta semana, estamos vendo aparecer rachaduras em algumas moedas ligadas a commodities, com os índices acionários mundiais e os preços de algumas matérias-primas, como o petróleo, ficando sob pressão.
Até esta semana, os dólares da Austrália, Nova Zelândia e Canadá resistiram à força do dólar americano, diante da alta da moeda dos EUA contra divisas forte, como iene e euro, e seu desempenho relativamente positivo contra a libra esterlina.
O dólar australiano, em particular, foi o que registrou melhor desempenho entre as moedas do G10 neste ano, graças à forte disparada dos preços das commodities. Mas tudo indica que o rali do AUD/USD finalmente chegou ao fim, pelo menos por enquanto.
Isso se deve, em parte, ao fato de que o dólar americano encontrou forte suporte geral diante da especulação de que o Federal Reserve poderia realizar um aperto mais intenso da sua política monetária, como um possível aumento de 50 pontos-base em maio e uma redução do seu balanço.
Além disso, também estamos vendo certa fraqueza em alguns preços de commodities ultimamente. O “aussie”, como é conhecido o dólar australiano, tem correlação positiva com os preços de commodities.
Com a reversão do AUD/USD, o gráfico semanal do par mostra a formação de uma vela similar a uma estrela cadente, após as taxas falharem em romper o nível de retração de 61,8% de Fibonacci em torno do nível de 0,7610.
A falha resultante fez com que o aussie caísse abaixo do importante nível de 0,7500, onde estava sendo negociado no momento em que escrevo. Se for confirmado por um fechamento negativo na semana, podemos ver uma queda ainda maior nas próximas semanas.
Os dólares da Nova Zelândia e do Canadá também não estão se saindo bem.
O gráfico semanal do NZD/USD mostra um padrão de vela similar ao do aussie. Ao olharmos mais de perto o gráfico do “kiwi”, como é conhecida a moeda neozelandesa, podemos ver que as taxas perderam a média móvel de 200 novamente, após falharem em vencer a linha de tendência de baixa de longo prazo um pouco acima do importante nível psicológico de 0,70 no início da semana.
A pressão de venda pode se intensificar se o suporte em torno de 0,6870-0,6890 ceder.
Ao mesmo tempo, o USD/CAD vem formando uma base abaixo da sua média móvel de 200, após varrer “stops” abaixo da mínima de janeiro de 1,2450 em pelo menos duas ocasiões distintas.
O interessante é que o USD/CAD não conseguiu se aproximar da mínima do ano passado, em torno da região de 1,20, mesmo com os preços do petróleo registrando novas máximas plurianuais nas últimas semanas. Agora que o petróleo está distante das suas máximas, o CAD, que tem correlação positiva, também pode se enfraquecer, o que pode alçar o par USD/CAD acima da média móvel de 200. Especificamente, um claro rompimento acima da faixa de resistência de 40 pips entre 1,2585 e 1,2625 é o que pode desencadear um rali ainda mais forte nos próximos dias.
Portanto, fique de olho nos dólares ligados a commodities nos próximos dias em busca de oportunidades de venda, já que, finalmente, estão mostrando sinais de fadiga após seus fortes desempenhos no início do ano.