Em menos de seis semanas, o petróleo acumula queda de 29%. Desde o pico de 14 de junho, já apagou a maior parte dos ganhos desde a invasão da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro. Se alguém ainda acredita que não estamos nos encaminhando para uma recessão, se é que já não estamos em uma, considere o seguinte.
Desde a invasão da Rússia na Ucrânia e do início da crise de energia na Europa, responsável por fazer o petróleo atingir seu maior nível desde 2008, os ganhos do mercado foram apagados por causa de preocupações com uma recessão global.
Como isso se configura no gráfico?
Em meados de junho, o presidente dos EUA, Joseph Biden, enviou às refinarias e empresas petrolíferas uma carta mordaz, acusando-as de lucrar “bem acima do normal”. Os investidores realizaram vendas, o que fez com que os preços do petróleo recuassem 22%, da máxima de 4 de junho até a mínima de 22 do mesmo mês.
Mas alguns investidores não acreditaram na sua sorte e rapidamente realizaram lucro. Essa cobertura de posições vendidas reduziu a oferta e aumentou a demanda, fazendo os preços repicarem.
Quando o preço rompeu o fundo da bandeira, mostrou que a demanda era temporária – consistente com um short squeeze (cobertura de posições vendidas) – e que os vendedores controlavam o mercado.
O petróleo afundou 10% em 5 de julho diante do aumento dos temores de uma recessão, apesar de nenhum novo dado ter sido divulgado naquele dia. A oferta simplesmente afogou a demanda, e os vendedores foram forçados piorar suas ofertas e encontrar novos compradores em preços mais baixos.
Essa queda, que formou o mastro da bandeira, tecnicamente falando, gerou uma segunda bandeira ascendente. Novamente, os vendedores não quiseram exagerar na sorte e realizaram lucro, criando o corpo da bandeira ascendente.
Em seguida, o petróleo afundou mais 8.5% em 12 de julho pela mesma razão: temores de uma recessão. Os analistas atribuíram a queda à restrições contra a Covid na China, mas não houve qualquer notícia significativa relacionada ao coronavírus naquele dia. A única notícia fundamentalista tinha a ver com o fato de que a Opep previa uma forte demanda petrolífera, que poderia testar sua capacidade de produção. Isso é irônico, na medida em que se opõe diametralmente à razão anteriormente citada para a queda dos preços, isto é, que a recessão afetaria a demanda.
Essa liquidação foi o terceiro mastro que precedeu a terceira bandeira ascendente.
Cada bandeira ascendente é reflexo de uma oferta consistente e repetida, atraindo, ao mesmo tempo, cada vez mais oferta.
O alvo implícito de cada bandeira é uma repetição do mastro. A ideia é que todos os traders certos foram incentivados a repetir suas ações; os traders errados agora estão mais cientes e quem estava de fora não quer perder o próximo movimento.
É possível dizer que cada bandeira a mais intensifica a dinâmica em termos de ordens dos traders e impacto psicológico.
Ao mesmo tempo, o padrão anterior de negociação já havia concluído um triângulo simétrico, com alvo implícito de US$ 66.
No entanto, se o preço subir para US$ 101 e depois ficar abaixo de US$ 90, também concluirá um triângulo descendente. Este último padrão é bastante baixista, já que mostra que os vendedores estão ficando mais desesperados do que os compradores, na medida em que movem suas ofertas para baixo após grandes movimentos de queda, enquanto os compradores só mostram disposição em se posicionar no mesmo preço consistente.
Além disso, como o rompimento do triângulo simétrico foi ao redor de US$ 103, o rompimento do triângulo descendente estaria US$ 10 mais baixo, aprofundando o alvo. Portanto, ao mesmo tempo em que o alvo implícito do meu triângulo simétrico seria uma queda de US$ 36 desde o ponto de rompimento a US$ 103, com alvo em US$ 66, o alvo implícito do triângulo descendente ficaria US$ 36 abaixo do ponto de rompimento de US$ 93, o que corresponde a US$ 56.
Estratégias de negociação
Traders conservadores devem aguardar um movimento de retorno do preço até pelo menos a bandeira final e demonstrar resistência antes de arriscar uma posição de venda.
Traders moderados devem aguardar um movimento de retorno para reduzir a exposição e também para confirmação.
Traders agressivos podem abrir compra contra a tendência, contando com um repique desde as mínimas de meados de março, antes de se juntar aos outros traders na venda.
Exemplo de operação – Compra agressiva (USD):
- Entrada: 91
- Stop-Loss: 90
- Risco: 1
- Alvo: 98
- Retorno: 7
- Relação risco-retorno: 1:7
Exemplo de operação 2 – venda moderada (USD):
- Entrada: 100
- Stop-Loss: 101
- Risco: 1
- Alvo: 90
- Relação risco-retorno: 1:10
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